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Abrigo de idosos pede socorro em São Gonçalo

A cidade de São Gonçalo possui um dos maiores números de habitantes do Estado, a quantidade de moradores com idade superior a 60 anos é igualmente grande, já são mais de 120 mil pessoas (Fonte: Censo IBGE 2010). Com tantos problemas enfrentados pela população, o caso dos idosos não poderia ser diferente. Muitos são abandonados e na maioria dos casos não tem família, nem meios de viver sozinhos, necessitando ir para abrigos. O problema é que muitos destes locais, que já enfrentavam dificuldades, também perderam verbas e doadores por conta da crise que acomete todo Estado e vem passando por dificuldades financeiras para se manter.

Dentre as várias instituições no município, uma das mais antigas é o Abrigo do Cristo Redentor. Localizado desde 1939 no bairro Estrela do Norte, em um espaço que ocupa quase um quarteirão, o abrigo é constituído por grandes galpões que são a moradia de 144 velhinhos. O local recebe idosos que em sua maioria, são moradores de rua resgatados pela prefeitura de São Gonçalo e pela Fundação Leão XIII.

Sem receber verba do governo do Estado há quase dois anos, a dívida já ultrapassa a quantia de um milhão de reais. Por isso, o local vem tendo problemas para manter sua estrutura, que conta com 126 funcionários, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiras, nutricionistas e cuidadores.

Com a crise financeira, o presidente do abrigo, Josias Ávila, tem contado com apoio de pessoas para manter as atividades no local. “Aqui o consumo é grande, mas a gente ainda tem ajuda de pessoas amigas que nos socorrem na hora da necessidade”, diz o presidente.

Além das doações, o abrigo vem buscando outros meios para se manter, um deles foi dividir o espaço no galpão do restaurante para servir almoço para os moradores da região. O prato é bem servido e tem o valor de R$ 12,00. Segundo Ávila, chegam a ser vendidos em média 60 pratos por dia.

Outra forma de angariar fundos é com o bazar. O local é espaçoso e acumula diversos itens entre vestidos, calças, sapatos e roupas de cama. Todo material é oriundo de doações para o abrigo. Inicialmente é feita uma seleção do que pode ser utilizado para os idosos e os demais itens são direcionados para serem vendidos a preços simbólicos.

Mariana Fernandes é dona de um brechó no Bairro Luiz Caçador e frequenta o local para comprar as peças para repor seu estoque. “Os produtos valem a pena, principalmente casaco, calçado, aliás, tudo. São coisas que eu levo e vendo muito rápido. Muito bom mesmo, sou bem atendida. Em matéria de qualidade, as mercadorias são ótimas”.

Apesar de todas as medidas que vem sendo tomadas, a necessidade do abrigo é grande e por isso doações são sempre bem vindas e necessárias. Ingredientes para preparo do mingau servido diariamente aos idosos, como farinhas e leite, são os itens de maior necessidade, explica o presidente do abrigo.

Outro local que também trabalha no mesmo segmento é o Lar Samaritano. Fundado em 1941, o espaço está localizado no bairro Patronato e conta com dois galpões, divididos por alas, uma feminina e outra masculina, além de um refeitório.

Com 68 idosos, o Lar conta com 30 funcionários, entre psicólogos, assistentes sociais e técnicos de enfermagem. O espaço faz um trabalho de acolhimento de moradores de rua encaminhados pela prefeitura municipal e de idosos que são levados pela família, o que segundo o coordenador técnico, João José Gomes, é um dos grandes problemas do local.

“O pior é a falta de comprometimento da família, é o que a gente sempre coloca aqui, sobre essa falta de visita do familiar, até para que eles acompanhem o desenvolvimento do idoso. A maior causa  que contribui para o falecimento é a depressão”, diz o coordenador.

Para se manter financeiramente, o Lar conta com apoio da Prefeitura, com doações de moradores da região e associações e com o pagamento feito por parentes de idosos que foram levados até lá. O senhor Ivo Freitas, de 87 anos, é um desses casos. Acometido pela síndrome do pânico, ele escolheu morar no Lar há três anos.

“Eu cismei e falei para a minha mulher, eu vou para o abrigo e vim. O pessoal aqui tem muita educação, trata todo mundo bem. Eu gosto de morar aqui, adoro. O melhor é que tem sossego”, elogia.

Sendo o único asilo no município a receber pessoas em grau 2 e 3, aqueles idosos que não podem ou tem dificuldades para se locomover, o Lar sofre com a falta de fraldas geriátricas, a maior necessidade.

Para realizar doações

Abrigo Cristo Redentor:

Rua Dr. Nilo Peçanha, 320  Estrela do Norte – São Gonçalo, RJ Tel: 2712-0750

Lar Samaritano:

Rua Dr. Francisco Portela, 2767 – Patronato, São Gonçalo, RJ. Tel: 2605-3942

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