Perigo
Escapadas e ataques de pit bull preocupam em Niterói
Denúncias apontam para fugas constantes no bairro de Charitas

A circulação de uma cadela da raça pit bull vem preocupando moradores da Rua Rui Barroso, no bairro de Charitas, na Zona Sul de Niterói. Isso porque o animal é solto com frequência na vizinhança. A diarista Joyce Queiroz, de 42 anos, afirma que o animal atacou sua mãe, de 69 anos, em abril, e voltou a invadir seu quintal na última quarta-feira (3) para atacar o gato da família. Os dois episódios foram registrados na Delegacia de Jurujuba (79ª DP), e o primeiro foi encaminhado ao Ministério Público.
Segundo Joyce, a casa da vizinha responsável pela cadela não possui muro alto. O animal fica em um espaço improvisado, fechado apenas por uma tábua de madeira de cerca de 1,5 metro, o que, segundo ela, não impede que a pit bull de fugir e circular livremente pela rua. A diarista vive com a mãe, uma tia de 74 anos, e um sobrinho de 11 anos, que é neuroatípico.
A moradora relata ainda que, na manhã da última quarta-feira (3), acordou com gritos da mãe anunciando que o animal havia atacado o gato da família. Ela afirma ter descido com um pedaço de pau nas mãos, temendo precisar se defender, mas a cadela deixou o quintal quando foi chamada. A irmã de Joyce, ao tentar resgatar o gato durante o ataque acabou ferida. A filha da vizinha apareceu em seguida e conteve a pit bull. A Polícia Militar foi acionada e esteve no endereço no mesmo dia.
Mais de R$ 3 mil em tratamento
O gato, ferido, foi levado ao veterinário, e a família solicitou um laudo sobre as lesões. De acordo com a diarista, já foram gastos mais de R$ 3 mil no tratamento, que não tem surtido o efeito esperado. Ela afirma que levará o animal a outro profissional após conseguir ajuda financeira da patroa da mãe.
Joyce pretende representar criminalmente contra a vizinha e afirma ter imagens para apresentar à Justiça. O tutor da cadela, no episódio envolvendo a mãe da diarista, teria dito à família que não havia necessidade de registrar ocorrência, já que não houve ferimentos graves.
Ela afirma já ter conversado com a tutora da cadela, inclusive na presença de agentes que estiveram no endereço.
Eles falaram que era mentira, que o cachorro não vivia solto, que ele se soltou esporadicamente naquele dia. Aí eu tenho a filmagem provando que ele se soltou no dia que ele atacou o gato, um dia depois e o outro também, que quase atacou o outro gato.
Perigo nas ruas
Pelas redes sociais, outro relato reforça as queixas de moradores sobre a presença da cadela na rua. Em publicação feita na quinta-feira (4), uma vizinha contou que o animal desceu por um beco na Rua Alberto Nader e avançou em direção a ela e à mãe.
Segundo o relato, a moradora conseguiu espantar o cão porque estavam com a mangueira ligada e jogou água na cadela, que mesmo assim ainda deu a volta por trás do carro e fez uma nova tentativa. O cachorro só foi levado de volta para casa após a chegada de um adolescente, identificado como familiar da tutora.
A diarista afirma que teme novos episódios enquanto não houver intervenção das autoridades. “Preciso de ajuda. O cachorro continua solto e aqui vivem idosos e uma criança”, disse.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio. Segundo a Civil, a investigação segue em andamento na 79ª DP (Jurujuba) e é acompanhada pelo Ministério Público. Agentes realizam diligências para apurar os fatos.

André Silva
Repórter
Bastante ativo na cobertura cultural, ja foi contemplado com o Prêmio Themis de Jornalismo, concedido pelo TJRS. Além da cultura, caminha por várias editorias, inclusive em cobertura de eventos internacionais, como a Cúpula do G20 e o encontro dos Brics.

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