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    Investigação

    Novas denúncias atingem PMs por crimes em megaoperação

    Acusações incluem peculato, roubo e violação de domicílio

    Publicado 02/12/2025 às 15:51 | Autor: Enfoco
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    Com as novas acusações, chegam a seis o total de denúncias
    Com as novas acusações, chegam a seis o total de denúncias |  Foto: Agência Brasil

    O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apresentou novas denúncias contra policiais militares do Batalhão de Choque por irregularidades cometidas durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. As acusações, formalizadas nesta segunda-feira (1), têm como base registros feitos pelas câmeras operacionais portáteis usadas pelas equipes no dia da ação, que terminou com 122 mortos, entre eles cinco policiais.

    Seis agentes foram denunciados sob suspeita de praticar peculato, violação de domicílio, constrangimento ilegal, roubo e insubordinação. De acordo com a investigação, os PMs arrombaram o portão e as portas de duas casas com ferramentas, entraram sem autorização e reviraram os cômodos. Um dos moradores foi obrigado a permanecer sentado enquanto os policiais vasculhavam a residência.

    O grupo também é acusado de roubar um celular e um fuzil deixado por criminosos em fuga. As gravações mostram discussões sobre desmontar e esconder o armamento. As imagens registraram ainda tentativas repetidas de obstruir as câmeras, em desacordo com ordens expressas do comando da corporação.

    Em outra denúncia apresentada pelo MPRJ, um sargento do Grupamento Tático de Ações Rápidas é acusado de violação de domicílio e insubordinação. O policial teria entrado em uma casa sem autorização judicial ou consentimento dos moradores e descumprido a exigência legal de manter a câmera corporal ligada em área sensível.

    Segundo o órgão, ele tentou retirar a bateria do equipamento e desviou o ângulo das imagens em ao menos dez ocasiões, o que impediu o registro de cerca de cinco horas da operação.

    Seis denúncias

    Com as novas acusações, chegam a seis o total de denúncias relacionadas a ilegalidades na Operação Contenção. Os casos foram encaminhados à Justiça Militar ou ao Juízo Singular, conforme o envolvimento ou não de civis. As primeiras denúncias tratavam da apropriação de um fuzil em uma casa no Complexo do Alemão e do furto de peças de um veículo na Vila Cruzeiro, também revelados por câmeras corporais.

    Até agora, nove policiais foram denunciados. Entre eles estão os sargentos Diogo da Silva Souza, Eduardo de Oliveira Coutinho, Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira e Charles William Gomes dos Santos, além do subtenente Marcelo Luiz do Amaral, todos presos após ação da Corregedoria da PM na última sexta-feira (28).

    O MPRJ pediu a prisão preventiva dos demais investigados e segue analisando imagens para identificar novas irregularidades.

    Em nota, a Polícia Militar afirmou que “não compactua com possíveis desvios de conduta e crimes praticados por agentes, e que pune com rigor os envolvidos quando os fatos são constatados”.

    A Operação Contenção é considerada a mais letal do Rio nos últimos anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a ação tinha como objetivo conter a expansão do Comando Vermelho para outras áreas da capital.

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