Caso Marielle

Após sete tentativas, medalhas dadas aos irmãos Brazão são anuladas

Dos 42 vereadores presentes na Câmara do Rio, 20 votaram a favor

Dos 42 vereadores presentes, 20 votaram a favor, seis se abstiveram e 16 não votaram
Dos 42 vereadores presentes, 20 votaram a favor, seis se abstiveram e 16 não votaram |  Foto: /Divulgação

Nesta terça-feira (11), após sete tentativas, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro votou e cassou as medalhas e honrarias Pedro Ernesto concedidas aos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. A medida foi tomada em meio às acusações de que os irmãos foram os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), ocorrido em março de 2018.

A proposta de revogação das medalhas foi apresentada pela vereadora Mônica Benício (PSOL), viúva de Marielle Franco. Ao longo de várias tentativas nos dias 9, 14, 16 e 28 de maio, além de 4 e 6 de junho, a votação foi sistematicamente esvaziada pelos vereadores, que evitavam comparecer para não participar dos votos.

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Nesta sessão decisiva, 42 vereadores estavam presentes. Destes, 20 votaram a favor da revogação das medalhas, seis se abstiveram e 16 não votaram. A lista dos que votaram a favor inclui:

- Alexandre Beça (PSD)

- Átila Nunes (PSD)

- Cesar Maia (PSD)

- Jair da Mendes Gomes (PROS)

- Jorge Pereira (PSD)

- Luciana Boiteux (PSOL)

- Luciana Novaes (PT)

- Marcelo Diniz (PSD)

- Monica Benício (PSOL)

- Monica Cunha (PSOL)

- Pablo Mello (Republicanos)

- Paulo Pinheiro (PSOL)

- Pedro Duarte (Novo)

- Rafael Aloisio Freitas (PSD)

- Rosa Fernandes (PSD)

- Tainá de Paula (PT)

- Teresa Bergher (PSDB)

- Thaís Ferreira (PSOL)

- William Siri (PSOL)

- Zico (PSD)

Os que decidiram se abster foram: Alexandre Iesquerdo (União Brasil), Celso Costa (Republicanos), Rogério Amorim (PL). Marcos Braz (PL), Rocal (PSD) e Vera Lins (Progressistas). Os vereadores que não votaram incluem: Carlo Caiado (PSD), Carlos Bolsonaro (PL), Dr. Carlos Eduardo (PDT), Ulisses Marins (União Brasil) e Waldir Brazão (União Brasil).

A vereadora Mônica Benício destacou a importância simbólica da revogação das medalhas e a luta contra o poder paralelo das milícias no Rio de Janeiro:

"Durante esses seis anos, a Marielle se tornou um símbolo potente. Foi a coletividade e a sociedade que identificou a grandeza da Marielle e a transformou nesse símbolo," declarou Benício. "Quando eu comecei isso, achei que ia ser uma solicitação simbólica pedir a revogação, mas a própria Câmara mostrou o poder da família Brazão nessa cidade. Essa Câmara é hoje comprometida com o poder que não é mais paralelo, que é a milícia. E é isso que precisamos derrubar e lutar contra," enfatizou a vereadora.

No dia 7 de junho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa como mandantes do homicídio de Marielle Franco e integrantes de uma organização criminosa. A denúncia foi baseada na delação do matador-confesso, Ronnie Lessa, que implicou os irmãos Brazão no crime.

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