Cinema

Mamonas Assassinas de volta?

Banda que fez a alegria dos brasileiros vai ganhar as telonas

Banda sucesso no final dos anos 90 está de volta no filme "Mamonas Assassinas - o impossível não existe"
Banda sucesso no final dos anos 90 está de volta no filme "Mamonas Assassinas - o impossível não existe" |  Foto: Reproduçao de vídeo

O quinteto que ganhou o Brasil nos anos 90 com suas músicas irreverentes e debochadas também vai ganhar as telonas. A história de Dinho, Júlio Rasec, Bento Hinoto e os irmãos Samuel e Sérgio Reoli será contada sob a batuta do diretor Edson Spinello. A estreia de “Mamonas Assassinas - o impossível não existe”, ficou para o dia 28 de dezembro. Confira o trailer.

Imagem Filmes

O elenco é composto por Ruy Brissac, que será Dinho e já havia interpretado o cantor no musical sobre a banda; Alberto Hinoto interpretando Bento, e sobrinho do guitarrista Bento Hinoto; Robson Lima (Júlio Rasec); Adriano Tunes como Samuel e Rener Freitas (Sergio Reoli). Juntos, eles prometem levar muita emoção aos admiradores dessa grande história.

Assim como muitas crianças que ficaram vidradas ao verem pela TV cinco caras pulando com roupas engraçadas e um símbolo verde com o nome de ‘assassinas’, eu também fui hipnotizado por eles.

Fenômeno

Trocava de canal e lá estavam. Ligava o rádio e lá tocavam. Eu não fazia ideia o que era um fenômeno naquela época. Mas eram eles.

Eu tinha 9 anos quando o trágico e difícil acidente, no auge das carreiras, calou a banda. O avião que os trazia de um show em Brasília colidiu na madrugada de 2 de março de 1996 na Serra da Cantareira, em São Paulo. Era domingo de manhã e me lembro que estava na casa de uma querida tia. Acordei cedo e a vi ao lado de fora. Ouvi a notícia pelo rádio e gelei ao escutar a confirmação vindo dela: ‘Morreram!’, disse ela olhando pra mim, como se quisesse ver minha reação. Ela sabia que eu gostava. Não só eu, mas adultos, crianças, pais, mães e avós.

Ganharam o Brasil de cabo a rabo. Ali, talvez, vivi minha primeira tragédia. Chorei.

Sucessos

‘Robocop gay’, ‘O vira’, ‘Pelados em Santos’, eram as mais tocadas. Mas ali naquele CD único, porque jamais houve outro lançamento, cabia de tudo: rock, samba, pagode. Passava horas ouvindo e olhando a capa, com as caricaturas dos integrantes logo abaixo de um desenho de fartos seios. Eram as mamonas, mas ninguém ligava se eram assassinas ou não. Queríamos a diversão e a transgressão daquelas músicas e toda a brincadeira dos inúmeros programas de auditório, sucessos na época.

Tragédia

Não foi nada fácil entender o que aconteceu. Dez meses de sucesso esfarelado em segundos, na calada da madrugada, em um barranco. Foi indigesto para crianças de todo Brasil assistir, naquele domingo seguinte à tragédia, corpos sendo içados por helicópteros de resgate e saber que ali estava o quinteto que levava alegria a milhões de fãs. Não dava pra esquecer.

Passados 27 anos, vamos saber através do cinema, o motivo e as dificuldades daqueles integrantes alçados ao sucesso e retirados abruptamente da vida dos brasileiros. Há também o documentário ‘Mamonas pra sempre’, disponível no Prime Vídeo, que mostra o início de tudo e o dia a dia, das viagens a hotéis até programas de TV. Pode servir como aperitivo até a estreia do longa.

Cícero Borges - Dá o Play

Cícero Borges é jornalista e chefe de reportagem no Enfoco Site de Notícias. Amante de boa música e da sétima arte, ele fala sobre lançamentos e comenta sobre as principais obras de sucesso nacional e internacional.

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