Venho acompanhando o barulho (literalmente) que o filme ‘Som da Liberdade’ vem fazendo mundo afora. No Brasil, já é o filme mais visto lotando salas de cinema e arrecadando mais de R$ 7 milhões, deixando Jogos Mortais X com pouco mais de R$ 4 milhões.
A polêmica surge a partir de um enredo que foi alvo de teorias conspiratórias e distribuição de ingressos pela produtora para alavancar as sessões e ser visto pelo maior número de pessoas. Deu certo!
Leia+ Qual o limite de idade para ser mãe?
Leia+ Um 11 de setembro brasileiro: a tragédia evitada por um herói
Associado à extrema-direita, o filme, estrelado pelo não menos polêmico ator Jim Caviezel (A Paixão de Cristo), centraliza na figura de um ex-agente da polícia norte-americana, que tenta desbaratar uma rede de exploração sexual de crianças. Igrejas, deputados, e gente que nem sabia a temática do filme, se acotovelavam em meio a pipocas e refrigerantes na hora marcada da sessão, dignas de uma estreia de um blockbuster de herói.
Distribuição gratuita
Houve grande empenho da produtora cristã Angel Studios em distribuir as entradas. Eu mesmo, em meu WhatsApp, recebi um desses convites de amigos. Já sabia do que se tratava. Resolvi testar na prática. Cliquei no link e uma mensagem agradecia por pedir o convite e que instruções chegariam por e-mail. A partir dali, bastava ‘pegar’ a entrada e ir até uma sala de cinema mais próxima para assistir.
Mas a pergunta que fica é: por que não há iniciativas parecidas sobre outros filmes? O mesmo empenho de distribuidoras e produtoras mundo afora não é visto com outras produções. Há uma seletividade nesse fenômeno. E talvez o barulho provocado não seja tão ensurdecedor.
Cícero Borges - Dá o Play
Cícero Borges é jornalista e chefe de reportagem no Enfoco Site de Notícias. Amante de boa música e da sétima arte, ele fala sobre lançamentos e comenta sobre as principais obras de sucesso nacional e internacional.