Semana Santa
Afinal de contas, por que a Páscoa é tão importante?
Os caminhos da fé que deram origem à tradição cristã
A Páscoa , conhecida como 'Pessach', já era uma data muito celebrada, por todos os povos, antes da vinda de Jesus. Entretanto, foi justamente na semana da Páscoa, no domingo que a antecede, que Jesus escolheu adentrar Jerusalém, montado em um burrico, sendo aclamado pela população, que saudou-o com ramos de palmeiras, estendendo mantos vermelhos pelo seu caminho.
Os milagres e a misericórdia de Jesus, bem como sua filiação, já eram conhecidos e admirados pelo povo, oprimido pelos altos impostos, esquecido pelas autoridades, passando por todo tipo de privação e doenças. Assim, viram no Messias, a resposta para suas aflições.
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A chegada do filho de Deus, tão incensado e esperado há séculos, era algo sedutor, impressionante, mágico e até mesmo inacreditável. Um homem que realizava milagres por onde passava, e que transformava a tudo e a todos. Por essa razão, todos queriam ver, tocar, ouvir e falar com Jesus, um sujeito simples, mal vestido, de origem humilde mas, ao mesmo tempo, nobre, gigante e iluminado.
Desse modo, quando o filho de Deus chegou à imponente Jerusalém, montado naquele animal que simbolizava a humildade , a comoção foi enorme. “Bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas”. Essa era a saudação.
Entretanto, as autoridades locais não toleraram a presença desse, que se intitulava Messias. Preso e submetido a um interrogatório, sem que houvesse cometido qualquer crime, perante seus algozes Jesus se ateve a confirmar que era filho de Deus.
Isso deixou o Sinédrio, órgão julgador da época, indignado. Foi determinado que Jesus fosse submetido à humilhação pública, tendo o governador Pôncio Pilatos – apesar de nada ter de concreto contra aquele homem – lavado suas mãos.
Pilatos queria agradar a população, que clamava por sangue. Perguntou-lhes a quem deveria libertar : Jesus ou Barrabás, um conhecido criminoso local. A assembleia optou pela libertação do bandido, com o sacrifício do Cristo. E assim determinou o governador.
A cruz
Depois disso, o restante já se conhece. Jesus carregou uma pesada cruz, por todo o percurso até o Gólgota, com uma coroa de espinhos que lhe feria a cabeça. No percurso, foi apedrejado, flagelado, xingado e torturado. Teve seus ossos quebrados. Sua pele queimada, chicoteada, apunhalada.
Apesar de já haver previsto e contado aos discípulos que seria traído por Judas Iscariotes, morreria e ressuscitaria, era difícil acreditar naquele martírio, que desenrolava-se aos olhos de todos, sem que nada fosse feito para evitá-lo. E , então, Jesus morreu...
Páscoa
Dois dias após ter seu corpo resgatado por José de Arimatéia (que negociou com Pilatos a entrega do morto, para que tivesse um enterro digno), e em tendo sido sepultado em uma gruta, cuja entrada foi lacrada com uma pedra, vigiada por dois homens do governador, no Domingo de Páscoa constatou-se o seu desaparecimento.
Uma investigação foi feita, sem que se obtivesse qualquer resposta plausível para o sumiço. Dias depois, Jesus apareceu para seus discípulos - ficando por 40 dias em companhia destes - e também para Saulo de Tarso, no caminho para Damasco, sendo essa aparição responsável pela conversão do senador romano, antes seu perseguidor.
A partir daí, a Páscoa ganhou novo significado, sendo a mais importante data de comemoração cristã, ao longo do ano. A ressurreição de Cristo simboliza a misericórdia divina.
Jesus Cristo morreu para livrar a Humanidade de seus pecados. Por amor a nós, passou por dores e sacrifícios inimagináveis. Por amor a cada indivíduo da Terra, imolou-se, para pagar pelos pecados do Mundo. Isso mudou o curso da História, desde o calendário até os feriados, dias santos e tudo o mais que cultuamos hoje.
Quaresma
Por essa razão, a Quaresma – marcada pelos 40 dias que antecedem a Páscoa e simbolizam o período que Jesus passou no deserto, sendo atacado por demônios e tendo sua fé em Deus testada – são um período único de oração, jejum, meditação, penitência, autoconhecimento, exame de consciência e evolução.
Se a cada dia em que despertamos, temos a oportunidade de fazer diferente, durante a Quaresma temos a chance anual de nos reconciliarmos com a nossa fé e com o que há de melhor em nós e que, por infinitos motivos, muitas vezes perdemos, ao longo do caminho. Afinal, a vida neste mundo é provação.
Não há uma só pessoa que, em renovando a sua fé e a sua bondade, não se torne mais paciente, mais resiliente, mais tolerante, mais amorosa e sincera.
Desejo a todos uma Páscoa abençoada e o renascimento tão necessário, para seguirmos melhores do que somos. Sempre é possível mudar. Há, em todo amanhecer, a chance de evoluirmos. Eu, pela primeira vez , vivi a Quaresma intensamente. E posso garantir : Vale a pena.
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