Erika Figueiredo - Filosofia de Vida

Conhecimento é poder

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Aqueles que não conseguem entender as coisas como elas realmente são podem ter essa dificuldade por ausência de conhecimento. Arte: Divulgação

Há, nas pessoas em geral, uma dificuldade muito grande de entendimento do mundo, das coisas que acontecem ao seu redor, e até mesmo do que lhes é dito, ou do que está escrito. A representação da realidade, para a grande maioria dos indivíduos, é completamente diferente do que existe.

Aqueles que não conseguem entender as coisas como elas realmente são, podem ter essa dificuldade por ausência de conhecimento (como por exemplo as crianças pequenas e os analfabetos), por deficiência mental ou, por fim, por analfabetismo funcional.

Vamos tratar, aqui, desse terceiro grupo de indivíduos. Quem, apesar de estar no gozo pleno de suas faculdades mentais, aceita tudo que lê, vê e escuta sem raciocinar, absorve estórias, ideias, notícias, narrativas, conhecimentos e comentários, sem avaliar sua veracidade, seu enquadramento na realidade e seu verdadeiro objetivo, vendo uma coisa e compreendendo outra, pode ser considerado analfabeto funcional.

Na última aula do COF- Curso Online de Filosofia (aula 554, sábado 06/2/2021), o Prof Olavo de Carvalho disse uma frase muito emblemática: “A mentira está sempre no trono e a verdade no cadafalso”. Vivemos tempos difíceis. As narrativas que nos chegam pela mídia, a respeito dos fatos e de seus desdobramentos são sempre parciais ou equivocadas. Temos muitas ameaças à liberdade e a verdade, ao nosso redor.  E precisamos aprender a nos defender.

Por isso o professor Olavo citou, também, Monteiro Lobato e sua célebre frase: “um país se faz com homens e livros”. Porque somente através da leitura, podemos ampliar o nosso espectro de visão e entender a realidade como ela é, e não como nos é contada. Só a leitura pode nos resgatar do analfabetismo funcional. Ler os clássicos, os escritores tradicionais, a literatura que atravessou os séculos, nos dará amplo entendimento da realidade e nos permitirá identificar as falácias que nos são enfiadas goela abaixo.

Embotar a inteligência e impedir o pensamento lógico é uma poderosa arma de dominação, como ensinou Antonio Gramsci, comunista italiano, que escreveu seus Cadernos do Cárcere, ensinando como se implode uma sociedade, dominando-a de dentro para fora: minando suas estruturas de conhecimento, família e religião.

Se entendermos que estupidificar as pessoas é necessário para o controle total da população, perceberemos a importância do estudo para a formação do intelecto, e compreenderemos porque a literatura de verdade sumiu das prateleiras das livrarias e do ensino escolar/universitário.

É por causa disso que vemos, cada vez menos pessoas capazes de desenvolverem raciocínio, pensamento ordenado, intelectualidade: porque de cinquenta anos para cá, o Brasil encontra-se nesse processo de desconstrução de dentro para fora. Toda a esquerda que retornou do exílio, alojou-se nas universidades ( como professores), na política, na mídia e nas artes. E obedientemente iniciou o processo ensinado por Gramsci.

Aristóteles dizia que conhece-se uma sociedade pela música que ali se produz. Estamos em maus lençóis... os gêneros musicais e os cantores consagrados e disseminados mundo afora, atualmente, não merecem sequer ser comentados... A juventude não sabe o que é música clássica, nunca ouviu falar de Bach, não imagina o que seja uma ópera. E recebe, pelos ouvidos, esse lixo cultural que é tocado por aí.

Esse processo de idiotização da sociedade, dominação do pensamento e aniquilação da autoridade intelectual é visto em todo o mundo, e foi muito bem explicado por Flavio Gordon em seu livro: A Corrupção da Inteligência. Ali ele descreve, passo a passo, a tentativa de destruição do conservadorismo, dos pilares da sociedade, e a implantação de uma nova era de pensamento.

Se observarmos os atuais discursos sobre neutralidade de gênero na linguagem, isso fica facilmente evidenciado. Na Alemanha de Hitler, a linguagem foi sendo modificada, dando-se sentido diverso a determinadas expressões e palavras, a fim de que a população fosse convencida acerca do acerto das estratégias aplicadas pelo nazismo, e de sua necessidade, para proteção do bem comum. Modificar a linguagem e seu alcance é um passo importantíssimo na dominação da sociedade. Afinal, o que há de mais poderoso do que transformar o pensamento?

Ao analisarmos a lavagem cerebral que o comunismo e o nazismo implantaram nos locais onde foram integralmente aplicados esses regimes de governo fica nítida a corrupção da inteligência da população, por meio de narrativas mentirosas, as quais foram absorvidas pela comunidade.

Por essa razão e pela possibilidade de aprendermos com erros do passado, presentes na história, nossa melhor defesa é o ataque. Precisamos investir tudo na educação de qualidade, na inteligência ordenada para o saber integral e na busca da verdade. Somente assim, poderemos afastar o mal, perseguir o bem e enxergar as coisas como elas são.

Conhecimento é poder. Vence a guerra quem domina as estratégias e sabe a hora certa de atacar, já dizia Sun Tzu em A Arte da Guerra. Vivemos uma guerra contra a inteligência, que atinge o mundo inteiro. Gerações inteiras estão sendo privadas do aprendizado dos valores morais e espirituais que importam e ordenam a sociedade. Não à toa, o vazio e a depressão se instalaram entre nós. Vamos começar?  Já passou da hora, mas ainda há tempo!!!!

             A verdade vos libertará.

VERITAS LIBERABIT VOS

A niteroiense Erika da Rocha Figueiredo é escritora, promotora de Justiça Criminal, Mestre em Ciências Penais e Criminologia pela UCAM, membro da Escola de Altos Estudos em Ciências Criminais e do MP Pro Sociedade, aluna do Seminário de Filosofia e da Academia da Inteligência. Me siga no Instagram @erikarfig

Texto original da Tribuna Diária, publicado em 08/02

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