Pensamentos
Mudanças e a coragem
Uma reflexão sobre transformações
A vida... o que ela quer da gente é coragem
Essa frase de Guimarães Rosa sempre ecoa em meus ouvidos, quando penso em desistir de algo ou quando estou muito insegura, com alguma grande mudança que esteja por vir. E olha, nos últimos três anos, vivo em um looping vertiginoso de acontecimentos!
Estou prestes a viver mais uma mudança avassaladora. Eu diria que de todas as transformações pelas quais tenho passado, a maior de todas foi a mudança de paradigmas. Eu explico: quando operamos uma virada total de página, alguns conceitos que traziamos conosco já não se aplicam. E muitos outros precisam entrar em nosso radar, sob pena de não conseguirmos nos adaptar a uma nova realidade.
Quando decidimos verdadeiramente viver de modo diferente e quando essa certeza vem da alma, nada pode nos deter. É claro que nem sempre os planos que fazemos são os planos de Deus pra nós. Então, outro dos modelos de ação que precisamos aperfeiçoar é o que traz fé e a humildade para o nosso dia a dia.
Mas preciso dizer porque essas duas palavrinhas podem ser grandes aliadas, nessa nova etapa. O motivo é muito simples: durante um processo de reforma íntima e transformação pessoal, muitas vezes sentimo-nos imensamente sozinhos. O nosso sonho nem sempre faz sentido para os outros, as novas atitudes tomadas podem impactar o nosso universo de amizades, sejam pessoais ou profissionais e mexer muito com nossos familiares.
E é justamente nesses momentos tão incertos que necessitamos do amparo e do socorro de Deus. Para que possamos compreender os sinais que Ele nos envia, sobre o caminho a seguir. Para confiar que Ele fará o melhor para nós. Para ter a fé e a humildade de entregarmos as nossas vidas em suas mãos.
Em minha trajetória dos últimos anos, não só aprendi a aproximar-me Dele e da sua Igreja, como também a rezar antes de qualquer decisão, seja em momentos em que esteja ansiosa ou como uma prática diária. Poder confiar que existe algo muito maior, que nos governa e rege as nossas trajetórias, é extremamente reconfortante e produz efeitos concretos em nossas vidas.
Para além da religião, o desenvolvimento das quatro virtudes cardeais da fortaleza, da temperança, da justiça e da prudência torna-nos pessoas melhores, mais corajosas, resilientes, equilibradas e justas. Mais capazes de decidir com segurança o que fazer e para onde ir.
E o primeiro movimento precisa vir, sempre, daquilo que Guimarães Rosa escreveu em Grande Sertão, Veredas. Da coragem. Da confiança em Deus. Da capacidade de assumir riscos. Da necessidade de evoluir e realizar seu propósito de vida. Da capacidade de suportar esse processo, sem desistir ou desanimar (porque dói, ah dói).
Então lembro-me da oração de São Francisco de Assis:
“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado.
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado.
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
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