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    Rússia x Ucrânia

    O porquê da guerra

    É necessário fazer um prólogo sobre a civilização moderna

    Publicado 07/03/2022 às 9:14 | Atualizado em 08/03/2022 às 14:00 | Autor: Enfoco
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    Há décadas, o Ocidente vem se enfraquecendo.
    Há décadas, o Ocidente vem se enfraquecendo. |  Foto: Reprodução

    Impossível, nessa semana em que o mundo testemunhou a invasão-massacre da Ucrânia, pela Rússia, não nos questionarmos sobre as razões da guerra. Afinal, o que leva um homem (Vladimir Putin), a tomar tal decisão, em detrimento de toda uma nação independente, sabendo das sanções que pode sofrer ( e já está sofrendo).

    Bem, primeiramente, é necessário fazer um prólogo sobre a civilização moderna. Há décadas, o Ocidente vem se enfraquecendo, assolado por ideologias, por discursos sobre masculinidade tóxica, desarmamento, priorização das minorias (que surgem aos borbotões).

    O papo do “faça amor, não faça guerra”, bordão dos anos 70 do século passado, durante a guerra do Vietnã, encontrou eco nas gerações seguintes. Abraçar árvores, soltar pombas da paz, cantar “imagine” em momentos agudos, vestindo roupas brancas, tornaram-se atitudes recorrentes, depois que a ameaça iminente de guerras, nessa parte do lado de cá do mundo, deixou de existir.

    Sobretudo, após o fim da guerra fria, nos anos 80, houve como que uma perda de memória generalizada, a partir da qual o Ocidente resolveu apagar o passado e focar em um futuro lindo, brilhante e colorido, em que os homens tornar-se-iam bons e pacíficos para sempre. Pra que armas, se podemos distribuir flores? Pra que balas, se podemos soltar pombas brancas?

    Acontece que tempos fáceis produzem homens fracos. E o que aconteceu foi uma total acomodação do mundo Ocidental, perante as ameaças que nunca deixaram de existir, mas que, sabe-se lá por que, não eram mais vistas como iminentes. Como assim? Eu explico:

    A Rússia nunca deixou de ter seu serviço secreto (KGB), suas ogivas nucleares e seu exército armado até os dentes, super treinado e vigilante. Os países dominados pelo Estado Islâmico não tiveram trégua nas últimas décadas, ameaçando o mundo com seus homens bomba (não nos esqueçamos do 11/09/2001). Israel e Palestina sempre se mantiveram em tensão permanente, com conflitos ocasionais.

    Mas, a despeito de tudo isso, os demais países foram desarmando-se, treinando seus exércitos com menos afinco, acreditando em pactos de paz frágeis e que dependiam da fiscalização da ONU e da OTAN, organizações que, em momentos críticos, normalmente demonstram não servirem para nada. Suas decisões jamais encerram conflitos ou guerras, e suas sanções não são respeitadas.

    A própria Ucrânia entregou seu arsenal de armas nucleares, por meio de um acordo celebrado, em 1994, com Rússia, EUA e Inglaterra, que comprometeram-se a protegê-la, em qualquer situação de risco. Deu no que deu. A própria Rússia invadiu-a, em retaliação à possibilidade de ingresso desta na OTAN, e de sua consequente aproximação, com os países do bloco Ocidental. EUA e Inglaterra irão defende-la?

    Putin é um ex agente da KGB, treinado para matar sem pestanejar, conquistar territórios e marchar sem piedade sobre seus inimigos. Conhece seus adversários e não tem medo de sanções, restrições, resoluções internacionais ou coisa parecida: é aliado da China, e é por meio desta que suprirá suas necessidades.

    Ao invadir a Ucrânia – a ameaça concreta já se delineava desde novembro, nas fronteiras, com a movimentação de homens e tanques de guerra, o fez com a certeza de todas as consequências que viria a sofrer. Mas por que não desistiu?

    Tenho certeza que a demonstração de fraqueza dos atuais líderes ocidentais teve um papel predominante, para essa tomada de decisão. Joe Biden é um presidente fraco e claudicante, cambaleando no cargo, ostentando uma debilidade e até uma senilidade que não impõem respeito a ninguém. Sua desastrosa retirada de tropas do Afeganistão deixou evidente o seu despreparo, em situações de crise ou guerra.

    E a postura do líder americano sempre teve imensa importância, no cenário mundial. Durante a segunda guerra mundial, a hesitação de Franklin Delano Roosevelt em declarar guerra à Alemanha estimulou o avanço de Hitler, que não reconhecia adversários à altura de contê-lo. Isso é um fato. E contra fatos, não há argumentos.

    Um Ocidente de homens fracos e desarmados, confrontado com um Estado Islâmico ou com Rússia e China- que jamais deixaram de preparar-se para a guerra, treinando as mentes de seu povo para que suportassem

    toda e qualquer circunstância adversa, morrendo pela pátria e por seus ideais, não é páreo, na hora da guerra. E Putin sabe disso. Houve cerca de três meses para que o Ocidente agisse, ao perceber os movimentos da Rússia, mas a opção eleita foi tentar esgotar esforços diplomáticos, quando era mais do que evidente que Putin não arrefeceria.

    Agora, vemos imagens de uma Ucrânia desesperada, com civis pegando em armas e redes de tv ensinando a confecção de coquetéis molotov. Milhares de pessoas deixaram o país, e em uma única noite de ataques, mais de 203 alvos foram atingidos, deixando claro que Putin sabia exatamente como agir.

    Tempos fáceis geram homens fracos. E enquanto os ucranianos lutam por seu país, suas famílias, suas vidas, nós aqui, no calor tropical, curtimos o feriadão de Carnaval, já que o hedonismo é um dos principais antídotos contra a coragem e o senso de dever, e foi uma ferramenta eficientemente utilizada para convencer o mundo de que a vida é só paz, amor e felicidade!

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