Filhos
Recomeços: o que aprendemos com o filme Palmer
Longa estrelado por Justin Timberlake é um convite para refletir
Gosto muito de dizer que nada como um bom recomeço, seja retornando para uma atividade física, mudando de casa, fazendo uma viagem, rompendo uma relação ruim, fazendo novas amizades, iniciando uma dieta ou uma nova profissão, trabalho, projeto... Isso faz com que a gente se sinta vivo, com a chave do futuro nas mãos, desafios a superar e barreiras a romper.
E foi pensando nesse tema que terminei de assistir ao filme PALMER, protagonizado por Justin Timberlake, disponível na plataforma de streaming Apple Plus. O filme fala não somente de inícios, mas de perdão, de preconceito e de paternidade. Então vamos lá resumir o conteúdo: Eddie Palmer é um ex jogador de futebol americano, que após envolver-se em uma tentativa de homicídio, passa 12 anos preso. Em liberdade condicional, retorna para a cidadezinha em que foi criado, para viver com a avó, que logo em seguida morre.
CONTÉM SPOILER
Em seu testamento, a avó doa a casa em que vivia para a igreja, deixando para o neto a quantia de cinco mil dólares, tão somente. Mas Palmer fica com algo muito mais precioso, para chamar de seu: um menininho chamado Sam, que vive com a mãe em um trailer, no quintal de sua avó, ao qual ele se afeiçoa. Como a mãe de Sam é totalmente desregrada, espancada pelos namorados e viciada em drogas, sumindo por longos períodos, Sam criou o hábito de refugiar-se na casa da avó de Palmer, que sempre acolheu-o como a um neto.
Após a morte da senhora, e diante de um desaparecimento prolongadíssimo da mãe de Sam, Eddie Palmer, que agora é faxineiro da escola local, vê-se em um terrível dilema: entregar Sam para o Conselho Tutelar, a fim de que vá para uma família substituta, ou, atendendo ao pedido do xerife de sua cidade, cuidar dele, até o retorno da mãe?
Ao escolher a segunda opção, Palmer sela seu destino e o da criança, e começa a construir seu próprio legado... Com a ajuda da professora da turma em que Sam estuda, vai criando uma rotina de cuidados e afetividade com o menino, superando o próprio abandono que vivenciou, quando sua mãe foi embora, deixando-o, com cinco anos de idade, aos cuidados do pai e da avó (ambos agora falecidos).
Ao dispensar carinho e atenção a outra pessoa, Eddie vai curando as próprias feridas, construindo uma nova história, mudando a péssima imagem que tem de si mesmo. Para de frequentar o bar local, pois agora tem o compromisso de estar com Sam, em casa. Aproxima-se de outros pais, frequenta programas infantis, começa a namorar a professora... Vai reescrevendo sua vida, por meio da mudança de hábitos, de amizades, de propósitos.
Sam, por outro lado, é um desafio aos preconceitos de Eddie e dos próprios moradores da pequena cidade da Louisiana. Além de ter uma mãe maluca, que só dá escândalos, vive de excessos e mete-se em confusões, quando aparece, o menino gosta de vestir-se como menina, tem uma mochila de unicórnios rosa, uma lancheira das princesas, usa batom, prepara chá para suas bonecas.
Eddie, assustado com isso de início, começa a conversar com ele, explicando todas as dificuldades que terá, ao comportar-se assim, e que há coisas que são de meninos, e outras, de meninas. Sam então responde-lhe, com a maior naturalidade, que então será ele o primeiro a romper com esse estereótipo. E Palmer passa a amar Sam do jeito que ele é. E a protegê-lo. Defendê-lo do preconceito dos outros. Assumi-lo como filho. Os dois vão construindo uma relação forte, verdadeira, baseada nas razões certas: no afeto, no respeito, no carinho, no cuidado.
Filhos
O filme traz uma linda mensagem, sobre a criação dos filhos: devemos conduzi-los na busca dos valores morais sólidos, do aprimoramento da personalidade, mas nunca incentivar posturas de definição sexual ou opção de gênero em tenra idade, quando ainda não estão prontos para essas escolhas, que serão definitivas. Palmer, em momento algum, impõe suas convicções a Sam, ou tenta modificar seu comportamento. Ele vai orientando, ensinando o que é certo, deixando que a vida mostre ao menino as possibilidades, para que, no momento certo, ele faça suas próprias escolhas. Não tem preconceito com o modo de ser dele, embora vá contra tudo em que acredita.
Aos poucos, Sam vai curando esse homem, tão endurecido pela vida e pelos fracassos. Palmer vai se tornando outra pessoa, um homem bom, confiável, seguro e capaz. Esse amor deu sentido à sua vida, e o amor dele por Sam, mudou a vida da criança.
Em nossas vidas, recomeços são oportunidades que Deus nos dá, de fazermos diferente, construirmos um novo futuro, perdoar o passado e seguir em frente. Que saibamos enxergar as mudanças com esperança e otimismo, agindo da melhor forma, para que estas sejam fontes de evolução, para nós e para aqueles que nos cercam.
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