A rodada de número #1 da Taça Rio, também conhecida como Segundo Turno do Cariocão, expôs o recomeço do Flamengo, a manutenção do pragmatismo Botafoguense, o cansaço Vascaíno e a estreia esperada de Paulo Henrique Ganso. Confira aqui, o resumão da rodada.
Flamengo 4x1 Americano
O Rubro-Negro carioca saiu mal da Taça Guanabara. Poderia ter
sido apenas uma derrota normal, como qualquer outra da história entre Flamengo
e Fluminense, mas com o elenco montado, meu amigo... Deveria ser 3x0 para os de
preto e vermelho. Não foi bem assim né. Na volta, contra o Americano no
Maracanã, para você ter ideia, caro leitor, quando apareceram no telão Abel
Braga e Vitinho foram vaiados. Ora essa, mas tem motivos para vaiar o
treinador? É engraçado! O campeonato carioca serve para nada. Se vencer, é
obrigação. Se perder, a demissão aparece como um fantasma. A verdade é que a
torcida tem que decidir o que quer: se é pra ganhar Libertadores ou Brasileirão
e o Carioca não é necessidade, então que deixe os testes serem feitos durante o
Campeonato regional. Há uma incompatibilidade de ideias, não se sabe o que se
quer. Enfim, deixando isso de lado, foi uma baita redenção. Logo no início do
jogo, adivinha quem fez o gol... Vitinho! Ele mesmo. Um belo cruzamento de Pará
(coisa rara) e um belo gol de cabeça do atacante rubro-negro. Após o gol, a
equipe puxou o freio de mão e ficou estagnado. Na volta do 2ºT aí as coisas
mudaram. De Arrascaeta, que jogou de titular para pegar ritmo e se redimir após
erro que eliminou o time contra o Flu, mudou de posição: da direita para
esquerda. E as coisas fluíram de tal maneira... Mas antes disso, cruzamento de
Pará de novo (quem disse que o raio não cai 2x no mesmo lugar?), Gabigol tocou
de calcanhar e ela bateu na trave. Adivinha quem estava lá para empurrar pro
gol... Vitinho de novo! 2x0 para o Flamengo. Daí para frente foi só alegria. O
meia uruguaio resolveu jogar através de lançamentos, posicionamento diferente e
com aquele belo passe. Falando em passe, uma baita assistência para tirar a
zica de Gabriel que marcou o primeiro com o manto. Ah, o Americano diminuiu.
Mas mudou nada, ainda deu tempo de Diego (melhor em campo) colocar para dentro
e fechar a conta. 4x1.
Foi realmente a redenção, nada como uma goleada para melhorar a situação. Mas
Abel jogou novamente com uma escalação diferente. Não há problema nisso desde
que tenha-se o time definido, o que não se sabe se tem... Até lá, o Flamengo
tem muito a mostrar. Por sinal, 5 de Março tem jogo e é na altitude de Oruro
(Bolívia). É a estreia na Taça Libertadores. Aí vamos ver realmente como tudo
ficará.
Vasco 1x1 Botafogo
Avassalador! Foi assim que o Vasco começou a partida. Uma correria desenfreada, time bem disposto... O Botafogo só olhou. E eu tive certeza disso porque aos 8’ Pikachu já inaugurou a rede do Engenhão. O jogo foi muito bom! A verdade é essa. Eletrizante. Falando nisso, a Estrela Solitária empatou o jogo. Imagina a cena: Cruzamento na área, Maxi López corta, a bola viajando no alto, Marcelo cabeceia, Gol! Foi exatamente isso, um gol meio de susto. Na verdade, isso pouco importa, gol é gol. 1x1. O placar não foi mexido após esse resultado, mas os dois foram para cima. Fernando Miguel teve que fazer boa defesa nos chutes de Bochecha e Valência; também na cabeçada de Gabriel. Foi o alvinegro que esteve mais perto da virada, ao invés do Vasco. Falando no cruzmaltino, Maxi López foi substituído durante a partida. Até aí tudo bem, mas ele gostou nadinha disso. Saiu com cara feia, contrariado e chutando copo de água (por que que sempre sobra pros copos d’água?). Mas voltando, até bola na trave teve e foi do Bota com Gustavo Ferrareis. Andrey até empurrou pro gol marcando para o Vasco. Mas já não valia nada. O destaque negativo (muito negativo) foi a ausência das torcidas (DE NOVO). Dez mil pessoas estavam assistindo um clássico de sábado à noite. Ou o Carioca não é atrativo ou os times não são. Ou os torcedores não querem ver nada mesmo. É absurdo isso. Você sabia que a média de torcedores presentes dessas duas equipes SOMADAS não dá mais que 15 mil? Inacreditável. Chegou na hora de repensarem preço de ingresso, reformulação da competição e tudo que for preciso. Só não dá para ficar passando essa vergonha (quase) todo jogo.
Fluminense 2x0 Bangu
“Fácil, extremamente fácil...”. A clássica música do bom
Jota Quest define como foi a vitória tricolor na sexta. O Flu fez o que tinha
que fazer e venceu o Bangu sem esforço e sem deslumbre. Ainda assim preciso
destacar um detalhe negativo que tem sido repetitivo: falta de agressividade. O
time toca bem a bola, mantém a posse, demonstra domínio (às vezes, ilusório),
mas não é incisivo. Até contra o fraco time de Bangu foi assim. Parece que o
poder ofensivo do Fluminense é muito limitado. Luciano joga bem, Everaldo ou
corre ou pensa, e o resto... é o resto. Que falta Pedro faz! Falta chute ao
gol, falta definição. O único que ainda segura a onda é Yony González. Para
confirmar isso, quando a contagem foi inaugurada após bola que ficou pingando
na área, quem aproveitou foi o zagueiro Digão que encheu o pé e resolveu. Para
não dizer que o alvirrubro nada fez, teve bola na trave do goleiro Rodolfo. Mas
foi inofensivo. Caio Henrique (ex-Liverpool da Inglaterra) fechou a conta no
início do 2ºT. E sacramentou o 2x0 do time de verde, branco e grená. O destaque
ficou para a estreia de Paulo Henrique Ganso. Visivelmente fora de forma (o que
é normal), o camisa 10 deu bons passes como é de costume. A questão toda é que
Ganso é conhecido por ser “paradão”. Não conte com ele parar marcar. Resta
saber se isso será um problema ou não; deve haver bastante comprometimento lá
atrás para fazer com que o atleta só pegue a bola do meio para frente. Um
comentário importante: Ganso recebe, por volta de 300 mil com aumento para 400
mil programado na próxima temporada. A média dos jogadores é de 150 mil. Então
é um jogador que chegando bastante acima do teto do clube. “E qual é o
problema, Filipe”? Bom, a princípio nenhum. A não ser que nos lembremos que
semana passada o Flu não foi a campo treinar por protesto à diretoria que não
paga direito de imagem e outras coisinhas há bastante tempo. Vamos ver como os
chefões vão trabalhar isso.
O Fluminense estreia na Copa Sul-Americana nesta terça-feira, 26, contra o
modesto Antofagasta (Chile) e, convenhamos, é jogo para golear e fazer o
resultado em casa. Detalhe: o “belíssimo” regulamento da Conmebol não permite
mais inscrições, então Ganso está fora.
Filipe Vianna – Blog Segue o Jogo