Os jogos de tabuleiro morreram?

Quando se fala em “jogos de tabuleiro”, o que vem a sua mente? Talvez o Banco Imobiliário antigo, que vem desde sua mãe, ou aquele War pegando poeira em cima do armário. Porém, os jogos de tabuleiro, que diziam estar ameaçados pelos videogames, seguem firmes e fortes, sem a necessidade de internet ou eletricidade para divertir seus jogadores.

Se engana quem pensa que os jogos de tabuleiro estão esquecidos no passado ou sendo comprados apenas por saudosistas que querem relembrar os seus “bons tempos”, pois atualmente há diversos lançamentos nessa categoria que trazem cenários mais complexos, objetivos cada vez mais difíceis e jogabilidades bem mirabolantes que conquistam qualquer um que lhes dá uma oportunidade.

Um exemplo deles é o Pandemic, em que você e seus amigos devem juntos deter uma doença que ameaça a humanidade. O jogo cooperativo conta com a estratégia de todos os participantes e apesar de ter sido lançado em 2008, vem ganhando versões mais atuais, como o “Pandemic: Zona Crítica”, uma versão portátil e mais rápida do jogo. Outra alternativa de jogo de tabuleiro atual é o “Zombicide”, em que você e seus amigos devem sobreviver a um apocalipse zumbi, com partidas que podem durar entre 20 minutos até 3 horas.

Os jogadores de tabuleiro seguem tão fiéis que (fora da pandemia) se reuniam em cafés e restaurantes chamados de luderias, onde há garçons treinados para explicar cada um dos jogos que estão disponíveis ali e caso você goste bastante de qualquer um deles, pode comprá-los e continuar a jogatina na sua casa. O que é uma ótima pedida, não só pra quem quer experimentar um jogo antes de comprar, mas também para quem gosta de jogos de tabuleiro e ainda não tem com quem jogar, podendo formar o seu grupo de amigos lá mesmo.

Independente do seu estilo de jogo, seja de ação, terror, frenético ou calmo, estratégico ou contando com a sorte, há, muito provavelmente, um jogo de tabuleiro que você vai gostar, basta abandonar o tradicional preconceito de que se trata de um entretenimento antiquado e experimentar mover os personagens com os dedos ao invés do joystick.

Jonny Salles é professor formado em Letras (Português - Literaturas) pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e aficionado por mundo nerd que acompanha, debate e vivencia, seja numa roda de amigos ou pelo seu canal Geek Barba