Games
Vício em videogames é considerado doença pela OMS
Prática começou a ser reconhecida como distúrbio com a CID-11
Com a pandemia de coronavírus, iniciada em 2019, as pessoas ficaram mais tempo em casa e buscando algum tipo de diversão. Dessa forma, diversos indivíduos conseguiram encontrar esse entretenimento em vídeogames, porém, o excesso dessa prática, que deveria ser apenas um hobby, preocupa a sociedade em geral, chegando a ser reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o "distúrbio dos games", que agora faz parte do CID-11 (11ª edição do documento da OMS que tem como objetivo catalogar os diversos distúrbios de saúde).
O que é a CID-11?
A CID é uma "Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde" e em sua 11ª versão, que entrou em vigor em janeiro de 2022, foram adicionados, além do "distúrbio dos games", a síndrome de burnout e a reclassificação da transexualidade, retirando-a de "distúrbio de identidade de gênero" e colocando-a como uma "incongruência de gênero", fazendo com que não fosse mais considerada uma doença.
Sintomas do Distúrbios dos Games
Porém, antes de acusar qualquer pessoa que goste de jogar videogame, falando que ela é doente, é preciso se atentar aos sintomas reais da doença e diferenciar um viciado em games de um jogador empolgado. Os principais sintomas são:
- Falta de controle de tempo sobre o videogames, ou seja, quando o indivíduo passa muitas horas jogando.
- Aumento constante da prioridade do videogame em comparação com outros interesses na sua vida, como deixar de trabalhar, estudar e até mesmo cuidar da sua saúde para jogar.
- Noção que o videogame tem prejudicado negativamente na sua vida pessoal e ainda assim continuar com os hábitos nocivos.
Vale a pena ressaltar que a pessoa só pode ser diagnosticada com distúrbio dos games, caso esses sintomas se prolonguem por mais de 12 meses. Com isso, evita-se que um jogador entusiasmado seja confundido com um viciado em videogames, já que um "gamer" empolgado pode sim passar diversas horas em frente ao console, porém a dedicação ao jogo tende a diminuir ou ser pausada para se dedicar a outras tarefas da sua rotina.
O problema não é o videogame, mas o vício
Perseguido desde os anos 90, os jogos de videogames sempre foram pautas entre um seleto grupo de pessoas que crucificam a prática, afirmando que faz mal a saúde e provoca alienação dos jovens. Com a decisão da OMS de reconhecer o "distúrbio dos games", esses indíviduos podem ver um novo argumento para criticar os consoles e jogos em geral, porém, a própria Organização Mundial de Saúde deixa claro que o problema está no vício, ou seja, no excesso. Da mesma forma que comer é algo benéfico, porém sua compulsão e vício é extremamente prejudicial, jogar videogame, como qualquer outra forma de entretenimento, se praticada demasiadamente, também traz malefícios para a saúde.
Além disso, os games possuem diversas vantagens, sendo considerado até mesmo uma terapia para a terceira idade, pois a "gameterapia" melhora a estratégia e raciocínio lógico, fortalece as articulações da mão e alivia o estresse.
Equilíbrio e tratamento
O segredo para que a prática de jogar videogames seja sempre positiva é o equilíbrio, ou seja, saber quando pode jogar e quando é a hora de parar, sempre colocando-a como um hobby, uma diversão, e não prioridade total na vida, sendo priorizada até mesmo acima do trabalho, estudo e relacionamentos. Porém, caso o indivíduo apresente os sintomas compatíveis com o distúrbio dos games, é necessário procurar ajuda profissional especializada, pois, assim como outras doenças, há tratamento.
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