Criar conteúdo para a internet não é algo fácil, há uma dezena de redes sociais para alimentar, algoritmos para entender e sites que se concorrem entre si, fazendo com que o criador trace uma verdadeira estratégia para se tornar conhecido e crescer no meio digital. Além do Instagram, que já é considerado uma rede social obrigatória para influencers, o Youtube e a Twitch vêm disputando espaço na criação de conteúdo, já que oferecem recursos semelhantes, mas qual deles é melhor?
Youtube
Veterano na hospedagem e reprodução de vídeos, o Youtube foi lançado em 2005 e já se consolidou como um dos principais canais utilizados por grandes artistas para lançamentos de clipes e propagandas. Além disso, também é responsável por revelar novos talentos, os youtubers, dando-lhes popularidade, como no caso do Whindersson Nunes, Felipe Neto e Viih Tube.
Porém, nos dias atuais, com as mudanças na política do Youtube, está cada vez mais difícil crescer no site, tornando-o mais um portfólio do criador de conteúdo do que uma fonte de renda satisfatória e, ainda assim, o influencer tem que se esforçar bastante para ter seu material engajado pela plataforma. Isso porque nas regras mais recentes do site, o criador precisa ter no mínimo mil seguidores e quatro mil horas de visualizações nos últimos 12 meses. Issso além de ter seu conteúdo priorizado somente se produzir, pelo menos, quatro vídeos semanais. Tudo isso para ganhar entre $ 0,25 a $ 4,50 por visualização - se o espectador assistir seu vídeo até o final passando por todas as propagandas, porque se for abandonado no meio do caminho, poderá contar negativamente para as estatísticas. O saque do valor ganho é permitido somente quando há, no mínimo, $100,00 na conta do usuário.
Twitch
Com recursos semelhantes, a Twitch, lançada em 2011 e subsidiária da gigante Amazon, também se mostrou uma alternativa para gerar renda. Suas exigências para a monetização são um pouco mais flexíveis do que o Youtube, mas a plataforma tem o “porém” de ser utilizada somente para lives, que podem ser armazenadas apenas por sete dias e depois apagadas automaticamente.
Primeiramente, para ser apto aos ganhos é necessário ter, no mínimo, 50 seguidores, 500 minutos ou mais nos últimos 30 dias e a média de três espectadores no último mês. A partir disso, o streamer pode se tornar um “afiliado” e ganhar dinheiro com inscrições no seu canal, bits (presentes enviados por espectadores no chat) ou venda de jogos. Além das propagandas que o próprio streamer pode escolher quando passar na live, faturando os lucros dessa divulgação. Assim como no Youtube, é necessário ter $ 100,00 acumulados para o saque do dinheiro.
Um facilitador para os streamers da Twitch é o fato da Amazon Prime, serviço de benefícios da empresa, conter uma inscrição gratuita para o usuário. Nesse caso, o criador do conteúdo pode pedir que o espectador se inscreva no canal e ganhar o valor referente a ele. As assinaturas da Twitch custam R$ 26,50 e a cada bit recebido, o streamer adiciona 1 centavo a sua carteira, bem como 5 centavos de dólar a cada anúncio reproduzido. Além de ser “afiliado”, o criador de conteúdo ainda pode se tornar “parceiro”, nesse caso ele deve ter transmitido 25 horas nos últimos 30 dias, em pelo menos 12 dias diferentes e ter a frequência de 75 espectadores por live. Com isso, os ganhos são intensificados e novos recursos, como reprises e premiere, são desbloqueados.
Visibilidade
Quando se é anônimo, qualquer divulgação é extremamente bem-vinda e nessa questão a Twitch sai na frente, pois enquanto o Youtube só recomenda o seu vídeo se a pessoa digitar algo relacionado ao título, e ainda assim, prioriza criadores maiores, a subsidiária da Amazon disponibiliza uma ferramenta de busca baseada no que você está fazendo, seja jogando um game, apenas conversando, desenhando ou estudando. Então, basta que o espectador clique em uma das ambas com essas categorias, para encontrar todos os streamers que estão fazendo aquele conteúdo ao vivo, dando visibilidade a todos.
Veredito
No final de contas, qual é melhor? Bem, muitos influencers aliam as duas plataformas e assim potencializam seus lucros, como é o caso do Felipe Neto, que além de lançar seus vídeos no Youtube, também faz lives de jogos na Twitch, absorvendo o lucro de ambos. Mas nem todos possuem tempo disponível para criar material para tantos sites, sendo necessário a escolha de apenas um. Com isso, é preciso, primeiramente, escolher qual plataforma se encaixa melhor ao tipo de conteúdo produzido, se é algo programado e ensaiado ou espontâneo, já que o Youtube permite um retorno a longo prazo, uma vez que o vídeo fica lá por anos, dando qualquer tipo de retorno, enquanto a Twitch necessita de uma interação imediata, pois apaga os vídeos depois de uma semana.
Em resumo, a Twitch se mostra mais vantajosa por ser mais democrática e fácil para conseguir uma monetização, enquanto as novas políticas do Youtube estimulam somente os canais grandes, que já possuem um grande público e empurram os iniciantes para o limbo da internet. Dessa forma, a subsidiária da Amazon se torna a escolha mais óbvia para os novos criadores de conteúdo que buscam uma ascensão rápida e recompensas pelo seu trabalho.
Jonny Sales é aficionado pelo mundo nerd, que acompanha, debate e vivencia, seja numa roda de amigos, ou em suas redes sociais.
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