O Outro Lado da Moda

                                                                                                                                                                             Você sabia que a segunda indústria que mais polui o meio ambiente é a moda? Perdendo apenas para o petróleo? As malhas de poliéster, fibra sinté

tica mais usada na indústria têxtil em todo mundo, demoram mais de 200 anos para se decompor, de acordo com especialistas do ramo. A viscose, outra fibra artificial, exige a derrubada de 70 milhões de árvores todos os anos. E, apesar de natural, o algodão é a uma fibra onde seu cultivo é o que mais demanda o uso de substâncias tóxicas, com relevantes impactos na terra e na água do planeta. Você sabia que uma simples camiseta utiliza mais de 2700 litros de água para ser confeccionada? Pois é...

O cenário atual no mundo da moda vai além da preocupação ambiental, mas também com a relação entre a produção de novos bens de consumo e a necessidade de alternativas que reduzam o custo de produção e o perfil do consumidor consciente. Estes fatores demandam, cada vez mais, uma atuação sustentável das empresas do setor.

Algumas marcas do segmento passaram a agregar nas suas coleções, peças de cunho sustentável, e alguns estilistas inovaram e foram pioneiros em fazer todas as suas peças com materiais reutilizáveis. Assim acontece com a marca de acessórios Marear Ecodesign. Com ateliê no Centro de Niterói, a marca traz nas suas peças reuso de materiais como garrafas pet, retalhos de jeans e tecidos e até embalagens de xampu.

A empresária Andréia Santana, explica que a idéia de montar um ateliê onde as peças fossem produzidas com reaproveitamento de materiais, surgiu através da sua maneira de encarar o mundo e com a quantidade de lixo plástico que produzia. Segundo ela, fazer uma moda que conscientiza e educa é sua maior satisfação. A consciência das suas peças vai desde a lavagem dos materiais, onde usa água da chuva ou máquina de lavar, até o aproveitamento quase que total de todos os resíduos que gera.

Além disso, a empresária divide o ateliê com uma marca de roupas, onde todos os retalhos descartados das peças são usados na confecção de seus acessórios, fazendo realmente funcionar a técnica da moda circular, que consiste nas peças e retalhos que não serão mais usados naquela cadeia de produção, e os colocarem para circular de forma responsável e eficaz na sociedade pelo maior tempo possível.

A moda que conhecemos está mudando e iniciativas como a desse ateliê, fazem toda a diferença. É por uma moda mais colaborativa, ética e consciente que os novos estilistas estão lutando, para que em um futuro não muito distante, essa seja a realidade de um número muito maior de marcas. Moda sustentável é o novo caminho...

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