Nos últimos anos, a água alcalina tem ganhado destaque nas prateleiras e nas redes sociais pelo discurso de blogueiros e até mesmo profissionais da saúde que prometem uma variedade de benefícios que vão desde uma hidratação superior em relação à água normal até a prevenção de inúmeras doenças crônicas.
Entre as inúmeras promessas, as mais comuns são de melhorar o equilíbrio do pH corporal, combater os efeitos dos radicais livres, super hidratação e até mesmo como fonte de juventude.
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Entretanto, antes de aderir a qualquer nova tendência de saúde, precisamos buscar informações baseadas em evidências científicas robustas e confiáveis, pois modismos nutricionais podem colocar em risco nossa saúde. Mas afinal de contas, realmente existe uma vantagem em consumir água alcalina ou estamos diante de mais um modismo alimentar sem fundamento científico comprovado?
O que é água alcalina?
A água alcalina é uma variação da água comum que possui um pH superior a 7, tornando-a mais básica. Essa característica é frequentemente obtida adicionando minerais como cálcio, magnésio e potássio.
Devido à alteração do seu perfil de pH e adição de minerais, algumas pessoas passaram a promover a água alcalina como uma opção saudável. Logo, ela passou a ser comercializada com a promessa de oferecer benefícios como melhor hidratação e equilíbrio do pH corporal.
Elixir da juventude
Não é difícil encontrar nas redes sociais vídeos sobre o poder quase milagroso da água alcalina para retardar o envelhecimento. Estudos têm demonstrado que, apesar das alegações, não há evidências concretas de que a água alcalina traga benefícios significativos para atrasar os processos de envelhecimento.
Uma revisão científica publicada no "Journal of Clinical Gastroenterology" concluiu que não há dados suficientes para apoiar os efeitos antienvelhecimento da água alcalina. O envelhecimento é um processo biológico complexo, influenciado por uma ampla gama de fatores genéticos e ambientais, e não simplesmente pelo tipo de água que bebemos.
O que diz a ciência
Estudos como os publicados no "Journal of the American Dietetic Association" e "Journal of Clinical Gastroenterology" demonstram que a água alcalina não altera o pH sanguíneo, que é mantido em uma faixa estreita graças aos sistemas regulatórios altamente eficazes do corpo, como a respiração e a função renal.
Os estudos de maior qualidade destacam ainda a capacidade do corpo humano de autorregular o pH, o que torna ineficazes quaisquer tentativas de modificar significativamente o equilíbrio ácido-base por meio da dieta, incluindo o consumo de água alcalina.
Portanto, os benefícios promovidos por seus defensores não encontram respaldo em estudos com fundamentação científica sólida. As alegações sugerindo a capacidade de alterar o pH do sangue pela água alcalina mais se baseiam em marketing do que em evidências científicas.
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PAULO PEÇANHA - MAIS LEVE
Paulo Peçanha é nutricionista especialista em emagrecimento, com pacientes em três continentes e responsável pela produção de mais de cinco mil refeições fitness por mês. Apaixonado por promover saúde também é formando em Educação Física e Biomedicina Estética.