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    Em chamas

    Veja o que faz os carros pegarem fogo nas ruas de Niterói e São Gonçalo

    Municípios tiveram aumento do número de casos

    Publicado 13/10/2025 às 11:19 | Autor: Tayná Ferreira
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    Carro pegou fogo na Marquês do Paraná, em Niterói
    Carro pegou fogo na Marquês do Paraná, em Niterói |  Foto: Reprodução

    Casos de veículos, especialmente carros, pegando fogo em vias públicas têm se tornado parte da rotina nas cidades de Niterói e São Gonçalo. As chamas, que assustam tanto motoristas quanto pedestres, acendem um alerta sobre as condições dos veículos. Mas será que esses incêndios acontecem mesmo de forma repentina? E o que pode ser feito para prevenir esses riscos?

    O caso mais recente em Niterói aconteceu na Avenida Marquês do Paraná, sentido Icaraí, na semana passada. Em setembro, houve incidentes em série em São Gonçalo, inclusive na BR-101 (Niterói-Manilha). 

    De acordo com o Corpo de Bombeiros, São Gonçalo registrou um aumento de 23% nos casos. Em Niterói, a elevação foi de aproximadamente 21,6% em comparação com o mesmo período do ano passado.

    Principais causas

    De acordo com o consultor técnico automotivo Marcelo Mello, as principais causas de incêndios em veículos são falhas no sistema elétrico e vazamentos de combustível. Além disso, a falta de manutenção preventiva contribui para a ocorrência de incêndios.

    Aspas da citação
    A falta de manutenção é o principal motivo desse tipo de problema
    Marcelo Mello, consultor técnico automotivo
    Aspas da citação

    Já as revisões periódicas são essenciais para evitar surpresas desagradáveis. Durante esses procedimentos, são avaliados os sistemas elétricos, de combustível, possíveis vazamentos e os níveis de fluidos. Também são inspecionados os sistemas de freios e suspensão, com a troca dos componentes conforme a quilometragem do veículo, de acordo com o consultor.

    Questionado sobre quais sistemas ou componentes do veículo estão mais associados a incêndios, Marcelo explica que, em geral, os problemas se iniciam no sistema elétrico, na linha de combustível, no sistema de gás (GNV) ou até mesmo por superaquecimento do motor.

    O consultor técnico automotivo alerta que modificações feitas fora dos padrões de segurança podem aumentar significativamente o risco de incêndios em veículos. "As adaptações mal feitas nos sistemas elétricos e de combustível também são grandes causadores destes incidentes.", relata.

    Sinais antes das chamas e cuidados

    De acordo com Marcelo, o motorista deve ficar atento a qualquer alteração no funcionamento do veículo, pois esses sinais podem indicar um risco iminente de incêndio.

    Aspas da citação
    Qualquer mudança no comportamento original do veículo é um sinal de alerta. Motor falhando, luzes piscando e odores fora do normal são indícios de que algo está errado. Nesses casos, o ideal é procurar um técnico automotivo com urgência
    Marcelo Mello, consultor técnico automotivo
    Aspas da citação

    Marcelo ainda destaca a importância de cuidados simples para evitar incêndios em veículos. 

    “Uma inspeção visual periódica é fundamental para prevenir acidentes. É recomendável abrir o cofre do motor regularmente para verificar os níveis dos fluidos, o estado do sistema elétrico e de combustível, além de ficar atento a qualquer cheiro diferente,” explica o consultor técnico.

    Carros antigos x carros novos

    Veículos mais antigos costumam apresentar maior risco de incêndios, especialmente quando há negligência nas manutenções e nos cuidados essenciais. A ausência de revisões regulares aumenta a vulnerabilidade desses automóveis a esse tipo de incidente. No entanto, veículos mais novos, inclusive aqueles recém-saídos da concessionária, também podem apresentar riscos.

    De acordo com o Corpo de Bombeiros, os militares foram acionados para combater incêndios em veículos em Niterói entre janeiro e agosto deste ano, totalizando 45 ocorrências. No mesmo período do ano passado, foram registrados 37 casos. Em São Gonçalo, o número passou de 61 para 75. Já no Rio de Janeiro, houve queda: foram 687 registros neste ano, contra 749 no ano anterior.

    Os dados referem-se apenas aos acionamentos feitos à corporação, não incluindo situações controladas pelos próprios motoristas. Além disso, não mencionam quantas pessoas ficaram feridas.

    Na maior parte dos casos, veículos que pegam fogo acabam sendo considerados perda total. Nessa situação, a indenização do seguro varia conforme o contrato firmado entre a seguradora e o cliente, já que cada ocorrência passa por análise individual.

    Casos de carros elétricos

    Um equívoco comum é acreditar que apenas carros antigos estão vulneráveis, como explicou o consultor técnico automotivo Marcelo. Nos últimos anos, SUVs e sedãs ainda dentro do período de garantia também estão entre os modelos atingidos por incêndios. Problemas de fábrica não corrigidos, recalls ignorados e falhas em sensores eletrônicos estão entre os fatores que podem provocar as chamas.

    No caso dos automóveis elétricos, um estudo publicado nos Estados Unidos pelo Dados da National Transportation Safety Board (NTSB, indica que a chance de incêndio é inferior à dos veículos a combustão. Mesmo assim, curtos-circuitos nas baterias de alta capacidade exigem atenção especial, reforçando a importância de realizar a manutenção com profissionais qualificados.

    O que fazer se o seu carro pegar fogo

    Um incêndio em veículo é um dos maiores temores dos motoristas. Nessas situações, agir com rapidez é essencial para garantir a segurança. Veja algumas orientações:

    - Se possível, estacione em um local seguro, distante de construções e do fluxo de carros;

    - Desligue o motor, se ainda estiver em funcionamento;

    - Retire imediatamente todos os ocupantes do automóvel;

    - Evite abrir o capô ou tentar apagar as chamas por conta própria, a ação deve ser feita por profissionais;

    - Acione o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193, e aguarde a chegada da equipe de socorro.

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    Tayná Ferreira

    Tayná Ferreira

    Repórter sob Supervisão

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