Indignação

Cantor explica pedido de soltura do pai chefão do tráfico em show

Oruam usou camisa com a foto de Marcinho VP

O artista iniciou seu desabafo com uma citação do texto bíblico
O artista iniciou seu desabafo com uma citação do texto bíblico |  Foto: Redes Sociais
 

O rapper Oruam utilizou suas redes sociais para explicar a homenagem que fez ao seu pai, Marcinho VP, durante sua apresentação no Lollapalooza, no domingo (24).

Oruam surpreendeu o público ao utilizar uma camisa estampada com o rosto do líder do Comando Vermelho e a palavra "liberdade", o que gerou uma onda de comentários sobre suposta apologia ao tráfico.

O artista iniciou seu desabafo com uma citação do texto bíblico de Êxodo 20:12, "Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, teu Deus, te dá", contextualizando a homenagem.

"Meu pai foi preso com 20 anos, quase 30 anos atrás. Há mais de 15 anos vive trancado numa cela de seis metros quadrados, com duas horas de banho de sol por dia, quando é autorizado, e sem contato com nenhuma outra pessoa que não os carcereiros. Eu e minha família podemos, quando é autorizado, vê-lo uma vez por mês, por poucas horas, e através de um vidro, sem nenhum contato físico", escreveu.

O rapper expressou seu desejo de que seu pai cumpra uma pena digna e possa sair de cabeça erguida, ressaltando que Marcinho VP já pagou pelos seus erros.

"A cadeia deveria servir para ressocializar, e não para torturar. Meu pai errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra. Só queria que pudesse cumprir uma pena digna e saísse de cabeça erguida. Que quando chegue sua hora, você possa ter sua liberdade! E que o estado realmente deixe você vir como é de direito. Afinal, todos sabem que você já pagou sua pena. Não tentem tirar de uma pessoa o direito de reivindicar condições melhores pro seu pai, e nem de querer vê-lo em liberdade", continou.

Quem é Marcinho VP?

Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, é apontado como líder máximo do Comando Vermelho e mantém influência mesmo estando preso. Em 2023, ele foi acusado de ordenar mudanças na cúpula da organização criminosa no Rio de Janeiro, acusações que sua defesa classificou como 'levianas'.

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