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Casa França-Brasil reabre ao público na próxima segunda
A Casa França-Brasil, que completou 30 anos, recebe na próxima segunda-feira (1º) a mostra Casa Aberta: Passagens. Ao todo, são 10 artistas convidados a propor ao público trabalhos que celebrem a reabertura de uma dos mais importantes espaços culturais do país.
A exposição dialoga com os fatos históricos e políticos do país, como a escravidão e a ditadura militar. Daí vem a inspiração para o nome da mostra, em referência ao local, mas também aos fatos e ao tempo. A exposição pode ser visitada até o dia 31 de março, de quarta a domingo, de 12h às 18h, e a entrada é gratuita. Será permitida a permanência de até 10 pessoas simultaneamente.
Participam da exposição os artistas Adriano Machado (BA), Arlindo Oliveira (RJ), Claudia Hersz (RJ), Efrain Almeida(CE/RJ), Emerson Uýra (AM), Ivan Grillo (SP), Leonardo Lobão (RJ), Marcela Bonfim (SP/RO), Panmela Castro (RJ) e Patrícia Ruth (PA/RJ).
Para Ricardo Resende, um dos curadores do evento, a mostra é uma viagem para dentro das almas, dos corpos, e do edifício da Casa França-Brasil.
“Foram várias as respostas dos artistas convidados que pensaram o tempo em que vivem. Quando apresentamos o título da exposição, cada um trouxe uma leitura da palavra Passagens. Pode ser um caminho, uma estrada, uma tenda persa, uma revoada de pássaros migratórios que repousam no chão. Passagens pode ser apenas a fração do tempo”, destaca.
A mostra é patrocinada pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal, por meio da Lei Aldir Blanc, além das referências aos diversos usos do local (Praça do Comércio, alfândega, arquivo e centro cultural).
“A mostra rememora os 200 anos deste importante monumento arquitetônico do Brasil com um convite aos artistas a dialogarem com a História, investigando o tempo e a Casa, não como um espaço estático, mas como um lugar de permanentes transformações e atravessamentos, de passagens e ressignificações”, conta Diego Martins, curador da mostra.
Construção neoclássica
O edifício da Casa França-Brasil, projetado por Grandjean de Montigny, arquiteto da Missão Artística Francesa, foi encomendado em 1819 por D. João VI. Inaugurado em 13 de maio de 1820, o primeiro da arquitetura neoclássica registrado no Brasil, contribuiu para dar à cidade do Rio de Janeiro uma atmosfera cosmopolita à moda europeia naquela época, e foi a primeira Praça do Comércio do Rio de Janeiro, então cidade sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em 1824, foi transformado em Alfândega, por onde passavam mercadorias e negros trazidos da África como escravos. A construção foi tombada pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual IPHAN, transformada inicialmente em depósito para os arquivos do Banco Ítalo-Germânico e depois em sede do II Tribunal do Júri. Em 1990, a secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro restaurou a construção, resgatou as linhas arquitetônicas originais projetadas por Montigny e inaugurou a Casa França-Brasil.
A diretora da Casa França-Brasil, Helena Severo, ressalta a importância do evento como marco de reabertura da instituição cultural.
“Casa Aberta reúne dez artistas contemporâneos que tomaram como inspiração a relação da Casa com a cidade do Rio de Janeiro", diz.
A Casa França-Brasil fica localizada na rua Visconde de Itaboraí, número 98, no Centro do Rio de Janeiro.
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