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    Entrevista

    Othon Bastos celebra sucesso do espetáculo que chega a Niterói

    Ator se apresenta em setembro de graça no Teatro Popular

    Publicado 31/08/2025 às 12:06 | Autor: André Silva
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    Espetáculo 'Não Me Entrego, Não!' entrará em cartaz no Teatro Popular Oscar Niemeyer
    Espetáculo 'Não Me Entrego, Não!' entrará em cartaz no Teatro Popular Oscar Niemeyer |  Foto: Divulgação

    Aos 92 anos, o ator Othon Bastos falou ao ENFOCO sobre sua relação com Niterói, a trajetória de 72 anos de carreira, e a filosofia que leva ao palco no espetáculo "Não Me Entrego, Não!", em cartaz nos próximos dias 12 a 14 de setembro no Teatro Popular Oscar Niemeyer, no centro da cidade. Com entrada gratuita, a peça será exibida com distribuição de ingressos uma hora antes do início.

    O espetáculo mostra a trajetória do ator com humor, afeto e histórias que se confundem com a própria memória cultural do país. Othon recorda com carinho a proximidade entre Rio e Niterói.

    “Rio e Niterói sempre foram muito próximos, ainda mais depois da construção da ponte. Era comum as produções começarem no Rio e logo cruzarem a Baía de Guanabara”, revela.

    Essa relação começou cedo: ainda na juventude, o ator saía do colégio no Rio e atravessava de barca para passar fins de semana com amigos no bairro de Icaraí, na zona sul da cidade . Anos mais tarde, gravou no Theatro Municipal de Niterói uma montagem histórica de Um Grito Parado no Ar, de Gianfrancesco Guarnieri.

    “Quando era mais novo, saía do Colégio Pio Americano com os colegas e íamos de barca para Niterói, onde passávamos o final de semana na casa de amigos. Íamos à Praia de Icaraí, ao cinema… Anos mais tarde, fui convidado para fazer parte do programa Aplauso, da TV Globo. Gravamos o espetáculo Um Grito Parado no Ar, de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por Paulo José, com inspiração na montagem de Fernando Peixoto. E a gravação do programa foi no Teatro Municipal de Niterói”, lembra o ator com carinho.

    Além do tempo

    Mas quem for ao teatro em setembro não vai encontrar apenas uma retrospectiva da carreira de um dos maiores nomes da dramaturgia nacional. A proposta, segundo Othon, é oferecer mais que memórias.

    "Não é uma biografia. É a história de um ator, mas também de uma época, de um teatro, de tudo que aconteceu em 72 anos de profissão. Eu me dou inteiro ao público, com todo amor e carinho", explica.

    O tom do espetáculo não poderia ser outro: leveza. “Eu nasço contente todas as manhãs. Não tem espaço para amargura. A vida já é arte. E viver é alegria. Se você está vivo, isso já é uma grande obra”. Essa filosofia transborda no palco, onde cada lembrança é contada com humor e sem vaidade. “Toda vez que recordo uma história, estou rindo de mim mesmo. O que recebi de bom não é para mim, é para dividir com os outros. A arte é isso: compartilhar”.

    Othon Bastos retorna aos palcos para revisitar sua trajetória
    Othon Bastos retorna aos palcos para revisitar sua trajetória |  Foto: Divulgação
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    A vida já é arte. E viver é alegria
    Othon Bastos, ator
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    Para Othon, conectar-se com o público independe de idade: “Se você não se comunica com quem está na plateia, não está fazendo nada. Eu não subo no palco para falar de ego. Quero que as pessoas saiam dali mais leves, mais felizes. Não adianta guardar o que você tem de bom. O talento não é um bem pessoal, é um presente que você distribui”.

    Mergulho no autoconhecimento

    Embora o espetáculo percorra sua trajetória, o ator não tem pressa de planejar novos projetos. O momento é de mergulho na experiência atual.

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    Enquanto eu puder, vou fazer essa peça. Como dizia Fernando Pessoa, trabalhar é trabalhar a si mesmo. Estar no palco é isso: me trabalho enquanto faço meu ofício.
    Othon Bastos Ator
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    Questionado sobre os trabalhos mais marcantes de sua carreira, ele não escolhe favoritos. Prefere enxergar cada personagem como um passo em direção ao autoconhecimento.

    “Cada obra tem seu valor no momento em que acontece. É uma viagem para dentro de si. Chaplin dizia: 'olhe a lua e verá a beleza de Deus; olhe o sol e verá o poder de Deus; olhe no espelho e verá a maior criação de Deus'. O ator precisa ter essa consciência”, revelou.

    E se hoje Othon é referência, o início foi cercado de incertezas. “Minha professora dizia que eu não tinha talento nenhum, que deveria ser médico ou advogado. Mas o teatro me mostrou que ela estava errada. Tudo que tenho veio dele: prazer, alegria, encantamento. O teatro me deu uma vida”.

    Vida essa que segue cheia de energia. O título da peça resume sua filosofia: não se entregar jamais. “Não se entregar significa seguir em frente. Como dizia Mário Quintana: 'eu não tenho paredes, tenho horizontes. A vida é uma companheira que te leva sempre para um bom lugar. Basta dar a mão e ir com ela'".

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    A arte é amor, e amor é Deus. É isso que me move.
    Othon Bastos, ator
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    André Silva

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