Entretenimento
Espetáculo 'Baquaqua' chega ao Theatro Municipal de Niterói
O Theatro Municipal de Niterói apresenta, de 13 a 15 de abril, às 19h, no facebook e no instagram, gratuitamente, o espetáculo "Baquaqua". Na apresentação, o ator Wesley Cardozo, no papel de Baquaqua, conta a história de vida do homem que foi escravizado e traficado da África para o Brasil durante o século XIX.
O projeto, dirigido por Aramis David Correia e com preparação corporal da premiada atriz Tatiana Tiburcio, traz do universo literário para os palcos os relatos de um escravo em um país estrangeiro e faz refletir sobre outras milhares de histórias de pessoas que foram sequestradas do continente africano. Só para o Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de negros foram traficados e escravizados.
A peça teatral foi desenvolvida a partir da biografia An interesting narrative. Biography of Mahommah G. Baquaqua.
Muitos eram os negros africanos que cruzaram o Atlântico em direção ao Brasil na condição de escravos, mas raras foram as vozes que conseguiram traduzir os horrores da escravidão. Mahommah G. Baquaqua foi uma dessas vozes. Nativo da região ocidental da África, Baquaqua escreveu aquela que até hoje é considerada a única autobiografia de um ex-escravizado que viveu no Brasil.
Toda essa trajetória se inicia no Benin e tem passagens por Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Nova York, Haiti e Canadá, expondo todas as atrocidades da escravidão e seus reflexos nos dias de hoje.
Mas por que essa história? Por que entre tantas histórias escolheu-se contar essa?
"Um personagem histórico, que nos convida a olhar para esse tema da memória da escravidão e como foi isso no Brasil e no mundo, só que a partir de um olhar da pessoa que foi escravizada. Então, tem realmente um olhar muito sensível desse personagem. Essa volta ao passado para entender esse presente que a gente está e saber para onde a gente segue", comentou o diretor Aramis.
A história de Baquaqua ilumina parte da história do negro no Brasil, trazendo à tona temas importantes para serem entendidos, como a escravidão, a sociedade escravista, os estereótipos do escravo, entre outros pontos.
O espetáculo vai levar o público aos horrores do passado, a uma reflexão sobre o presente e pretende contribuir para um futuro melhor, ajudando a formar novas gerações mais conscientes e capazes de compreender mais a fundo a real diáspora africana nas Américas.
Esse projeto foi aprovado no edital Retomada Cultural, e financiado e apoiado pelo Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Aldir Blanc.
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