Exposição Presente Distópico em Niterói: do medo da pandemia à cura da alma

Um convite à reflexão sobre os limites entre a ficção e a realidade diante da pandemia. A exposição Presente Distópico revela a atmosfera dos filmes sobre futuros pós-apocalípticos às ruas de Niterói e está em cartaz até o dia 22 de agosto no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).

Pensado no início da pandemia, quando muitas incertezas pairavam sobre a vida, a fotógrafa Renata Xavier se uniu com a estilista Aline Ciafrino e a maquiadora Christina Gall para transformar o momento que estavam vivendo em um ensaio fotográfico.

"Parecia que estávamos num filme de ficção científica: um vírus se espalhou pelo planeta, as pessoas se fecharam dentro de casas, as ruas ficaram desertas, tudo parou. A ficção e a realidade pareciam se fundir. No meio do caos, resolvemos criar, fazer arte para curar o nosso espírito e a nossa alma"

Renata Xavier

Força, vida e beleza

A modelo e bailarina Suzana Quintanilha foi convidada para interpretar uma personagem que representa a força, a vida e a beleza que estão dentro de cada um. O ensaio, que aconteceu nas ruas de Niterói, foi inspirado pela cultura pop e pelo cinema, sendo composto de 30 fotografias. Para a fotógrafa, que é niteroiense como as outras artistas, a escolha da cidade foi essencial para mostrar a realidade.

"Somos 4 profissionais e artistas de Niterói, e para nós não havia lugar melhor para retratar o que estávamos sentindo. Lembrei de uma frase de Tolstoi: 'Fale de sua aldeia e estará falando do mundo'. É interessante essa frase, pois apesar de mostrar Niterói, as imagens são muito universais e tocaram pessoas de diferentes países e culturas", explica Renata.

A exposição "Presente distópico" é inspirada nos filmes de ficção científica: "O Dia em que a Terra Parou" (1951), "Mad Max", "Blade Runner" (1982), "Metrópolis" (1927), "2001 - Uma Odisséia no Espaço"(1969), "Planeta dos Macacos". Além de longas dos anos 1950 e de super-heróis dos anos 2000. Renata explica que a escolha das inspirações se deu pela emoção que as obras passam e a relação com o momento de distopia que o mundo viveu durante o período pandêmico.

Para a fotógrafa, o principal objetivo do ensaio é mostrar a importância da vida e da esperança que atravessa o tempo e o espaço.

Presente Distópico se divide em três partes

O Ano em que a Terra Parou — O sentimento dos primeiros momentos da pandemia: a chegada do vírus, o isolamento, as ruas vazias, as pessoas se protegendo dentro de suas próprias bolhas, o medo e o cenário é a Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, sempre cheia de gente, mas que estava absolutamente vazia na tarde de agosto de 2020, quando as imagens foram produzidas.

Sobreviventes — Tudo foi destruído e há poucos resquícios de civilização e cidades, restam apenas os sobreviventes e a natureza. Essa sequência foi realizada na Praia de Piratininga, em Niterói.

Novos Caminhos — Figurino e a arquitetura do MAC se fundem por muitos caminhos e direções, uma verdadeira encruzilhada. Não se sabe como será o futuro, só que novos caminhos se abrirão, novas tecnologias e ciência.

SERVIÇO

Presente Distópico

Abertura: 7 de julho, quarta-feira

Horário: a partir das 11h

Período: de 07 de julho a 22 de agosto de 2021

Visitação: de terça a domingo, das 11h às 16h

Local: MAC Niterói

Endereço: Mirante da Boa Viagem, sem número

Ingresso: R$ 12 (inteira). Estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos pagam meia (R$ 6). Entrada gratuita para estudantes da rede pública (ensino médio), crianças de até 7 anos, portadores de necessidades especiais, moradores ou nascidos em Niterói (com apresentação do comprovante de residência) e visitantes de bicicleta. Na quarta-feira, a entrada é gratuita para todos.

Informações: (21) 2722-1543 | [email protected] | | facebook.com/macniteroi.oficial