Entretenimento
Glória Bomfim lança CD no Teatro Municipal em Niterói
O Projeto Clássicos do Samba, do Teatro Municipal de Niterói, recebe no dia 08 de maio, quarta-feira, às 19h, a cantora baiana Glória Bomfim. No show, estará lançando o seu terceiro CD, “Chão de Terreiro”, com 13 músicas inéditas de Paulo César Pinheiro a ela confiadas pelo próprio autor.
O repertório inédito foi recolhido da obra de Paulo César Pinheiro, compositor preferido da cantora, que a ela o entregou como um presente. Todas as músicas abordam temas ligados ao candomblé, e muitas têm a forma de cantigas de santo, utilizadas em rituais. As características destas cantigas se iniciam por uma invocação, puxada pelos babalorixás ou yalorixás e respondida pelo coro das yaôs.
Nascida em Areal, um pequeno povoado no interior da Bahia, Glória era requisitada desde muito menina para cantar nas redondezas, em festas de casamento, batizados etc. Ela conta que muitas vezes foi tirada da cama por seu Tutu, festeiro do lugar, vestindo um camisú (daqueles de cambraia com calçola igual) e levada no balaio de um jegue com o intuito de animar essas festas. Não havia rádio e muito menos disco naqueles lugarejos em que a festa dependia dos músicos e cantores da região. Filha de Domingas e Miguel, a pequena intérprete de 8 anos agradava todos com sua voz potente.
De cima de um caixote de madeira, era ouvida de longe, garantindo boa dança e boa festa! Década de 60, o rock chegando às capitais, e o hit da pequena cantora era a valsa ‘Viagem’, de João de Aquino e Paulo César Pinheiro. A partir daqueles dias, a menininha começa a sonhar em ser cantora de verdade. Aos quatorze anos veio para o Rio em busca de melhores oportunidades.
Exerceu diversas profissões e continuou cantando, nos finais de semana, nas rodas de samba do subúrbio, nas quadras de escolas de samba. Ali, conheceu mestre Marçal que, encantado com sua voz, a apelidou de Baianinha e a convidou para as rodas da Velha Guarda da Portela.
A cantora Glória Bonfim é uma das mais expressivas e autênticas vozes. Seu canto primitivo, forte, verdadeiro, despretensioso e absolutamente intuitivo é um diamante bruto que representa, de forma emocionada, a cultura dos terreiros de candomblé, trazida pelos negros africanos e mantida aqui pelos mestiços brasileiros.
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