Lição
Iniciativa em SG proporciona mergulho ao universo das letras
Jornateca faz empréstimos de livros e virou sucesso na região
Um espaço para ler, trocar ideias e ampliar horizontes. Esse é o objetivo da Jornateca, biblioteca comunitária em São Gonçalo que transforma, através da leitura, a vida de novos e antigos fãs dos livros.
Idealizada pelo funcionário público Bruno Policarpo, de 39 anos, o projeto surgiu no auge da pandemia da Covid-19 quando muitas pessoas, principalmente crianças e jovens, não estavam tendo acesso à leitura por conta da ausência das aulas ou por questões financeiras. Foi quando ele percebeu que precisava fazer algo a respeito.
Localizada na rua Dr. Jurumenha, na esquina com a rua João Pessoa, no Barro Vermelho, o espaço se destaca pelo cantinho acolhedor que Bruno montou para que os leitores se sintam em casa para ler os livros escolhidos.
Espaço se destaca pelo cantinho acolhedor que Bruno montou para que os leitores se sintam em casa para ler os livros escolhidos
Pensando em vários projetos, Policarpo percebeu que possuía muitos exemplares em casa e que deveriam circular de alguma forma. Ele se deu conta de que havia uma banca de jornal próximo à sua casa que vendia apenas lanches, então, assumiu o espaço e pôs projeto em prática.
"Assim que começou a flexibilização eu abri a Jornateca. Em agosto, o projeto completa um ano de funcionamento e comecei com cerca de 60 livros, hoje tenho mais de 5 mil. Acabei de receber, recentemente, mais doações de pessoas que passam e que já se ligaram que aqui realizamos o trabalho e empréstimo de livros", contou Bruno.
Batizado de Jornateca Luis Gama, que foi um advogado, poeta, jornalista e símbolo da luta contra a escravidão no Brasil, o objetivo da ação era emprestar um livro por dia, marca que agora ultrapassa 300 empréstimos.
"Muitas pessoas também nos procuram pelas redes sociais. Já recebi diversos livros diretamente de autores que doavam para instituições, da professora que me alfabetizou e de amigos que tinham livros em casa e não sabiam para onde destinar. Esse projeto foi uma das melhores coisas que já fiz na vida", afirma.
Comecei com cerca de 60 livros, hoje tenho mais de 5 mil. Acabei de receber, recentemente, mais doações de pessoas que passam e que já se ligaram que aqui realizamos o trabalho e empréstimo de livros. Esse projeto foi uma das melhores coisas que já fiz na vida
A esposa de Bruno, a técnica de enfermagem Daiane Policarpo, diz que se reveza com o marido para atender a todos os interessados e também receber as doações. Ela conta que o filho do casal mais velho Theo, de 9 anos, é um devorador de livros e que foi dele o incentivo do pai à leitura.
"Achei muito importante a iniciativa dele. No primeiro momento cheguei a achar que não daria muito certo, que as pessoas não iriam comprar a ideia. Mas quando eu comecei a ver a quantidade de gente que vem ao local, crianças que quando saem da escola e a primeira coisa que fazem é passar aqui e ver nossos filhos ainda mais engajados com a leitura, percebi que a ideia foi um verdadeiro sucesso", comemora Daiane.
A paixão pela leitura vem de berço e a prova disso é a pequena Isis, de apenas 8 meses e que já frequentadora assídua do local. A mãe da pequena, a estudante Ana Carolina Lima, diz que a Jornateca é a extensão da casa delas e que sua filha já adora o local.
"É muito bacana ver a minha filha já entre os livros desde tão pequena. Ela adora o local e fica feliz aqui. Eu até me emociono quando vejo as crianças aqui distraídas lendo, trocando ideias e conversando sobre os livros que estão lendo. É um presente esse espaço", diz.
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