Cinema

O novo Batman e o fim necessário dos filmes de heróis

Gênero de filmes é extremamente lucrativo, mas sofre desgaste

A estreia de Batman nos cinemas levanta o debate sobre o padrão no filme de heróis
A estreia de Batman nos cinemas levanta o debate sobre o padrão no filme de heróis |  Foto: Warner Bros.
 

Os filmes de super-heróis atualmente são parte de um dos mercados mais lucrativos que existem, estando presentes nos cinemas praticamente todo mês para fazer a alegria dos fãs, porém essas produções enfrentam um problema há algum tempo: o desgaste do gênero, que é visível, e o esforço para se reinventar ou apostar em fórmulas prontas para lucrar no mundo do entretenimento. A solução para isso é 'simples', decretar o fim dos filmes de heróis e o novo filme do Batman é uma prova disso.

O Batman

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Batman, dirigido por Matt Reeves, responsável também por Planeta dos Macacos (2011), e protagonizado por Robert Pattinson, estreou nos cinemas nesta quinta-feira (3). No filme, encontramos um Batman no início de sua saga, protegendo Gotham há dois anos e ainda se descobrindo como vigilante e herói. Entre os vários desafios que o Homem-Morcego deve enfrentar, surge um novo serial-killer, o Charada, perturbando ainda mais o caótico cenário da cidade.

Apesar do sucesso de críticas, Batman também enfrenta problemas com o grande público, já que o filme possui um ritmo lento e três horas de duração, um tempo que nem todos os espectadores estão dispostos a passar sentados dentro de um cinema. Apesar disso, o filme merece o sucesso que está conquistando e se destaca por ser um ponto fora da curva, justamente por não ser um típico filme de herói, mas um longa de investigação em que o Batman está inserido.

O fim dos filmes de herói 

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Creio que o maior problema do gênero dos filmes de heróis é justamente ele ter se tornado um gênero, com uma fórmula base que se repete. Mas não tenho a intenção de acabar com os super-heróis nos cinemas, e sim propor uma nova forma de representá-los, ao invés de fazer um filme DE super-heróis, façam filmes COM super-heróis. No próprio cinema, já tivemos exemplos de como isso foi utilizado com o sucesso de Coringa (2019): um drama psicológico, que poderia ser sobre qualquer personagem, porém com o clássico vilão dos quadrinhos como protagonista. O mesmo acontece com Homem-Formiga (2015), um longa de roubo protagonizado pelo herói, e Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), que se trata de uma produção de espionagem, porém com personagens do universo Marvel.

Ao tirar o herói do centro da trama e colocando-o como um elemento dela, o cinema ganha uma variedade maior de filmes e tende a conquistar um maior público que simplesmente não gosta das obras cinematográficas da Marvel e DC Comics, além de abrir um leque de possibilidades para as empresas, como, por exemplo, um longa de terror envolvendo heróis (que no caso até houve uma tentativa com 'Os Novos Mutantes', lançado em 2020, porém os vários adiamentos e má escolha no roteiro fizeram di filme um fracasso). 

Portanto, o que se torna cada vez mais urgente é uma reinvenção das estreias no cinema, pois assistir há, pelo menos, dez anos a mesma fórmula, cansa, por mais bem feita que seja. Em todo caso, resta esperarmos que as grandes produtoras entendam a necessidade de renovação dos filmes de heróis e não só entreguem o maior número de produções genéricas em um ano.

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