O novo, e sombrio, filme da Liga da Justiça

Finalmente, depois de quatro anos, chegou até os fãs da DC a Liga da Justiça do Zack Snyder! Uma vitória para todos que pediram e para o diretor, que finalmente teve sua visão exposta para o público, mas será que essa versão do filme era realmente necessária? E o mais importante, é melhor do que a lançada originalmente em 2017?

Produção conturbada

Para começar a falar sobre a Snyder’s Cut, acho que devemos nos lembrar do porquê ela existe. Tudo começou em 2016, quando em meio a produção de Liga da Justiça, Zack Snyder, atual diretor do longa, foi afastado por causa do suicídio da filha. Com isso, Joss Whedon, diretor de Vingadores (2012) assumiu o projeto, uma vez que já tinha experiência em fazer filmes de equipe de heróis. Porém, parece que seu conhecimento prévio não foi o suficiente, resultando no decepcionante Liga da Justiça de 2017.

Apelo dos fãs

Com o desastroso desempenho de Liga da Justiça nos cinemas, logo começaram a sair notícias que o filme teve 70% do seu conteúdo refilmado e que Joss Whedon tinha mudado completamente a visão de Snyder, deixando o longa mais leve e 'divertido'. Além de apagar praticamente todo desenvolvimento dos personagens Flash (Ezra Miller) e Ciborgue (Ray Fisher). O desejo então de ver a versão original, feita por Zack Snyder fez com que os fãs em massa lançassem a campanha #ReleaseTheSnyderCut, pedindo diariamente, e em todas as redes sociais da Warner, pela produção, que por diversas vezes alegou que sequer existia. Porém, em março de 2020, depois de meses de negociação, a produtora divulgou que lançaria a tão esperada versão.

Valeu a pena esperar?

“Snyder’s Cut Justice League” (nome original do filme) estreou no HBO MAX em 18 de março de 2021, como, infelizmente, o serviço não está disponível no Brasil ainda (com previsão de chegada para junho de 2021), o longa ficou disponível para aluguel nos mais diversos aplicativos, como Google Filmes.

O “novo” filme da Liga da Justiça tem quatro horas de duração e é dividido em seis capítulos (que podem ser vistos separados caso não tenha pique para ficar todas as horas na frente da TV de uma vez só). E, apesar de contar a mesma história, a Snyder’s Cut traz um filme completamente diferente e superior ao lançado em 2017, para a total felicidade dos fãs.

A primeira coisa a se notar é que o filme é mais do Snyder do que da própria DC. Tudo na produção é marca da direção de Zack: as câmeras lentas, a trilha sonora melancólica, as imagens escuras e a violência brutal e gráfica (o que pode fazer com que alguns fãs mais conservadores não gostem tanto assim, afinal nem todo mundo quer ver o Superman – tido como guardião da bondade e bons costumes – sendo friamente violento).

O longa traz uma história muito bem contada e amarrada, afinal são quatro horas de filme e podemos considerar que tem cenas até “sobrando” nele, mas como Snyder já tinha tudo gravado, então porque não jogar todas as fichas na mesa?! E, apesar de ser bastante longo, o ritmo da obra é bem cadenciado, mesclando cenas dramáticas, épicas e de ação, fazendo as quatro horas passarem rapidamente (se é que isso é possível).

Mas precisamos ser justos, Zack Snyder teve tempo de sobra para fazer o filme que os fãs queriam ver, por anos ele ouviu o que Whedon havia feito de errado e instigou os “DCnautas” com pequenas dicas que indicavam o caminho que ele iria seguir, analisando a recepção do público. Então, é claro que a Snyder’s Cut traria todo fan service que queríamos.

Por fim, para responder à pergunta que fiz acima: sim, valeu a pena esperar, não pelo filme ser perfeito, porque não é, ainda há algumas particularidades nele que poderiam ser mudadas e principalmente, poderia ter uma hora a menos.

Mas o lançamento traz uma vitória para os fãs, que a pediram desde o início, e para Zack Snyder, que conseguiu mostrar para o mundo a sua obra, que havia sido interrompida por uma tragédia. Eu, como fã (o que já ficou extremamente claro nesse texto), fico feliz e triste: feliz por ver um filme da Liga da Justiça verdadeiramente épico e triste por não ter tido a oportunidade de assisti-lo na maior tela de cinema possível.

Jonny Salles, é acionado pelo mundo nerd, que acompanha, debate e vivencia, seja numa roda de
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