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'O samba agoniza, mas não morre', o legado de Nelson Sargento

Nelson Sargento era considerado um dos maiores sambistas do país. Foto: Divulgação/Redes sociais

Lenda do samba, artista plástico, ator e escritor, o Brasil se despediu nesta quinta-feira (27) de Nelson Sargento. O artista, que faleceu aos 96 anos vítima de complicações da Covid-19, era considerado um dos maiores sambistas do Brasil.

Nelson Mattos, mais conhecido como Nelson Sargento, ganhou o apelido por conta da patente recebida durante a rápida passagem pelo Exército. Sargento se destacou como cantor, compositor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor. Teve seu primeiro contato com o samba aos 10 anos no Morro do Salgueiro, desfilando e tocando tamborim pela antiga agremiação Azul e Branco, que mais tarde se tornaria Academicos do Salgueiro. Mas foi aos 12 anos, ao se mudar para o Morro da Mangueira, que Nelson teve o seu talento descoberto na Estação Primeira.

Primavera

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Nelson Sargento participou de toda a trajetória da Estação Primeiria de Mangueira. Foto: Rede Social / Goiabada Cascão

Em 1955, Sargento compôs o seu primeiro samba-enredo, "Primavera", também conhecido como "As Quatro Estações do Ano". E desde então não se afastou mais da música, sendo autor de mais de 400 canções, sendo responsável por alguns dos sambas-enredos mais importantes da verde e rosa.

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Com quase um século de vida, o general do samba construiu sua história na música ao lado de outros ícones como Cartola, Carlos Cachaça e Darcy da Mangueira.

Como ator, Nelson já participou de longas como "O primeiro dia" e "Orfeu". Já como escritor, lançou o livro de poemas "Prisioneiro do mundo", em 1994.

Torcedor do Vasco da Gama e presidente de Honra da Mangueira, Nelson Sargento foi homenageado pelo clube e pela agremiação.

'Sua partida deixará saudades em todos os amantes do samba e da cultura brasileira. A semente plantada por ele rendeu frutos que estarão eternizados junto à certeza de que 'o samba agoniza, mas não morre' jamais'

Estação Primeira Mangueira
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O compositor desfilou pela última vez com a Mangueira, em 2020, aos 95 anos. Sargento interpretou José, pai adotivo de Jesus. Além disso, no último Rock in Rio, em 2019, foi homenageado com uma exposição de seus quadros no 'Espaço Favela'.

Nelson Sargento deixa mulher, filhos, netos e bisnetos.

A assessoria de imprensa do compositor informou que devido à pandemia não haverá velório, ele será cremado em cerimônia restrita à família.

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