Saúde

Ozempic: mitos e verdades sobre o remédio usado para emagrecer

Medicamento para diabetes chama atenção por efeito emagrecedor

Imagem ilustrativa da imagem Ozempic: mitos e verdades sobre o remédio usado para emagrecer
|  Foto: Reprodução/Instagram

Após aparecer alguns quilos mais magro, o empresário Elon Musk declarou abertamente que recorreu ao auxílio do jejum intermitente e do Ozempic, medicamento para diabetes que vem chamando a atenção pelos efeitos emagrecedores.

Suzanne Freitas, filha de Kelly Key, e a apresentadora americana Oprah Winfrey também estão no time que usou sem tabus. Já Maiara e as irmãs Kardashians passaram por especulações de que haviam usado, mas não confirmaram.

Leia+: Sertaneja Maiara aparece 23kg mais magra e choca fãs; veja

Leia+: 'Gostosa é assim", rebate Maiara sobre críticas de emagrecimento

Médico de diversas celebridades e um dos maiores nomes do país em Medicina e Performance Esportiva, com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, Dr. Rodrigo Schröder explica como o medicamento funciona, afirma que o resultado não costuma ser permanente e destaca os perigos do uso sem prescrição médica.

Medicamento para diabetes tipo 2 - Sim, o Ozempic é aprovado pela Agência Nacional de Viligância Sanitária (Anvisa), mas não para o tratamento da obesidade, e, sim para diabetes.

Entretanto, estudos patrocinados pela fabricante sugerem que pessoas que usam a semaglutida - o composto ativo do Ozempic - podem perder peso. "Mas nem todos emagrecem usando e pode ter muitos efeitos colaterais", afirma o médico.

O que pode ocasionar a perda de peso, segundo Dr. Rodrigo, é que a medicação "afeta os centros de fome no cérebro, reduzindo a fome, o apetite e os desejos e retarda a taxa de esvaziamento do estômago, prolongando efetivamente a saciedade após as refeições".

Efeito 'rebote'

Assim como os demais remédios para emagrecer que já foram febre em algum momento, o Ozempic também deixa o paciente suscetível ao reganho.

"É um medicamento caro e as pessoas tendem a recuperar todo o peso perdido e ainda mais", diz o médico. "O grande problema é que as pessoas tomam um remédio mas não mudam a mentalidade e nem o estilo de vida".

De acordo com o profissional, o reganho de peso acontece quando o retardo do esvaziamento gástrico é normalizado e a pessoa volta a se alimentar como antes ou até mais por recuperar o apetite.

'Cabeça de Ozempic' não existe!

Na verdade, segundo o Dr. Rodrigo Schröder, a transformação estética pode causar essa impressão.

"Você está acostumado com aquela pessoa com um tamanho x de cabeça em um corpo GG. Quando a pessoa emagrece, independente do método, você vê a mesma cabeça em um corpo P, por isso dá essa impressão. Mas isso não existe, o medicamento não altera o tamanho da cabeça", afirma o médico.

Riscos

A seara mais perigosa na maioria dos medicamentos é a automedicação e com o Ozempic não seria diferente. "Quem faz isso pode acabar tomando uma dose elevada, o que pode resultar em flacidez, perda de massa muscular, além de sofrer efeitos colaterais mais sérios, como desnutrição e desidratação", ensina o especialista.

O médico destaca, inclusive, um artigo publicado pela revista Acta Pharmaceutica Sinica B, que concluiu que o uso prolongado destes medicamentos pode levar ao aumento do volume do intestino delgado, obstrução do órgão e paralisia intestinal.

"Ok, mas funciona? Sim, funciona. Quando combinado com dieta e exercício, a semaglutida pode promover a perda de peso", afirma Schröder. 

Ele relembra, no entanto, que é necessária a mudança do estilo de vida.

"A obesidade é multifatorial. Se não mudar o estilo de vida, vai voltar a engordar ou será um 'skinny fat', esteticamente magro e com a saúde debilitada. Nenhuma alternativa medicamentosa será mais importante do que mudança de mentalidade e de relacionamento com a comida e o exercício físico", finaliza.

< 'Muito difícil', diz David Luiz sobre partida do Fla contra Bolívar <