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Paulo Gustavo: ENFOCO antecipa como será exposição sobre o ator em Niterói
Viúvo conta tudo sobre a mostra inédita no MAC

O Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, será palco da exposição “Rir, Um Ato de Resistência”, uma homenagem repleta de afeto, cor, gargalhadas e emoção ao ator Paulo Gustavo, a partir do próximo domingo (13).
Voltada para fãs de todas as idades, a mostra ocupa o segundo pavimento do icônico museu projetado por Oscar Niemeyer e vem sendo finalizada com atenção nos mínimos detalhes. O ENFOCO acompanhou de perto os ajustes finais nesta quinta-feira (10), com direito à supervisão atenta de Thales Bretas, viúvo do ator, que fez questão de estar presente e acompanhar cada etapa da montagem.
Assim que o público subir as escadas para o segundo andar do MAC, vai encontrar uma parede carregada de lembranças afetivas: frases e mensagens escritas por amigos, familiares e pessoas que conviveram com Paulo Gustavo.
A emoção está lá, mas logo é equilibrada pelo riso. Um dos primeiros espaços da mostra é completamente dedicado à personagem mais emblemática do ator, Dona Hermínia. Nesse ambiente, o visitante poderá vestir os trajes da icônica mãe inspirada em Dona Déa, mãe de Paulo, e tirar fotos num cenário instagramável montado com muito bom humor — como ele gostaria.
Thales Bretas explicou que a escolha de Niterói para abrir a exposição tem um significado especial.
O Paulo nasceu aqui, viveu aqui até a gente se casar. A cidade tem uma energia muito especial, as pessoas são calorosas, e é aqui também que está um pedaço da minha história, onde fiz meu mestrado e tenho família. Essa exposição precisava começar aqui, mostrar esse lado íntimo do Paulo, o carinho que ele tinha pelas artes, pela moda, pelo que era bonito e fazia parte da vida dele
Na sequência, a mostra convida os visitantes a mergulharem no universo do circo. Espelhos malucos, efeitos de luz e sombra, perucas, figurinos e elementos cênicos permitem uma vivência sensorial divertida e interativa — tudo pensado para que o público sinta na pele o espírito brincalhão de Paulo Gustavo.
Um dos espaços mais aguardados é a galeria dedicada aos figurinos usados pelo ator ao longo da carreira. Desde roupas de cena até trajes usados em premiações, a seleção feita por Thales e a co-curadora Juliana Cintra emociona. A sala também exibe projeções com momentos marcantes da trajetória do artista e promete ser uma das favoritas do público.

“Quase tudo que o Paulo usava em cena era idealizado por ele. A ideia da exposição é justamente essa: mostrar quem ele era, o que ele gostava, o que achava bonito. Juntamos os gostos pessoais com os momentos da carreira, misturando moda, arte contemporânea, obras da coleção dele… Está tudo ali. É uma homenagem cheia de cuidado, como ele merecia”, afirmou Juliana, que também foi amiga e colaboradora de Paulo em sua coleção de arte.
Outro destaque é o espaço reservado às obras de arte adquiridas por Paulo Gustavo ao longo da vida — algumas compradas, outras ganhadas de amigos artistas.
A intenção, segundo os curadores, é revelar um lado pouco conhecido do humorista: o de grande apreciador das artes visuais.
“É uma exposição sobre ele, mas também sobre tudo que ele amava”
A mostra ainda conta com uma linha do tempo que narra a vida e a carreira do artista. E, para fechar a visita, uma pequena sala de cinema exibe um vídeo de 10 minutos, produzido pelo canal Multishow em parceria com a diretora e amiga pessoal de Paulo, Susana Garcia.
O material traz uma coletânea de cenas marcantes e registros íntimos que emocionam, mas também arrancam gargalhadas — do jeito que ele gostaria.
Thales Bretas conta que a curadoria do projeto ajudou a ressignificar a dor da perda.
“É um momento de amadurecimento do luto. Por muito tempo evitei esse tipo de contato, porque era muito difícil. Mas agora consegui transformar isso em saudade boa. Essa exposição é também uma reaproximação com o público que o ama até hoje. É mostrar um pouco do Paulo que nem todo mundo conhecia, da intimidade dele, do carinho que ele tinha pelas coisas
A exposição não é só nostálgica, é solar. “A gente sabe que a emoção vai bater, mas também queremos que as pessoas saiam daqui com o coração aquecido, com a energia do Paulo. Ele foi alegria pura, e a ideia é que esse brilho dele esteja em cada canto da mostra”, diz Juliana.
Paulo era arte em movimento
O francês Nicolas Martin Ferreira, que assina a curadoria ao lado de Juliana, destacou o desafio de transformar uma vida em exposição. “Não é só apresentar obras, é contar uma trajetória inteira. São cinco galerias, cada uma com uma parte do Paulo. A estrutura do MAC é complexa, mas ao mesmo tempo perfeita para algo tão simbólico. Ele revolucionou o humor brasileiro e merecia estar aqui, neste lugar icônico. É uma honra”, afirmou.
Segundo ele, o projeto teve o cuidado de valorizar a multiplicidade de talentos de Paulo Gustavo. "Paulo era arte em movimento. Ele não era só ator, era criador, roteirista, diretor, produtor. Ele pensava em tudo, desde o figurino até a trilha sonora. Era um artista completo e essa exposição é uma tentativa de fazer justiça à grandiosidade dele".
Ele tocava as pessoas com o riso, mas também com o afeto. Foi um artista que conseguiu colocar o Brasil inteiro pra rir de si mesmo — com respeito, com verdade e com amor. É muito raro alguém alcançar isso com tanta consistência. E ele fazia parecer fácil.
Para o curador, a exposição também é um convite à reflexão sobre o legado deixado por Paulo Gustavo. “O que Paulo construiu no imaginário brasileiro vai muito além dos personagens. Ele mudou o olhar sobre a comédia, sobre a família, sobre o amor. E tudo isso está representado aqui. Essa exposição é uma celebração do que ele foi — e do que ele continua sendo para milhões de brasileiros", disse.

Com estreia marcada para este domingo (13), “Rir, Um Ato de Resitência” segue exposta no MAC até o dia 1º de junho. Com entrada gratuita todas as quartas-feiras, promete ser parada obrigatória para quem quer reviver momentos especiais, conhecer novos lados de Paulo Gustavo e, claro, sair de lá rindo — e emocionado.
Serviço:
- Ingressos: Inteira: R$16 / Meia-entrada: R$8 (pessoas com mais de 60 anos, estudantes de escolas particulares e universidades, ID Jovem)
- Gratuidades: Crianças menores de 7 anos, estudantes da rede pública (ensino fundamental e médio), moradores e naturais de Niterói, servidores públicos municipais de Niterói, pessoas com deficiência, visitantes que chegarem ao museu de bicicleta. Entrada gratuita para todos às quartas-feiras.
- Bilheteria: Venda exclusivamente presencial, pagamento apenas em dinheiro.


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