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Brasil assusta, fraqueja, mas vence último teste antes das Olimpíadas

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Seleção Olímpica não jogou bem no último teste. Foto: Reprodução

A Seleção Olímpica suou para vencer seu último teste antes da realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio. No Estádio Karadorde, na Sérvia, o Brasil esteve duas vezes atrás no placar, oscilou bastante dentro de campo mas acabou vencendo os Emirados Árabes Unidos, de virada, por 5 a 2.

A primeira etapa teve muita correria, diversos espaços e pouca organização tática dos dois lados. Ambas as equipes cometeram erros bobos, propiciando momentos de susto para seus sistemas defensivos. Aos poucos, a diferença de qualidade técnica fez com que o Brasil, mesmo aparentando um pouco de nervosismo, ficasse mais no campo ofensivo - registrando quase 70% de posse de bola.

Chegando com muitas peças no campo de ataque, a Seleção criou uma boa quantidade de oportunidades de gol. Nos primeiros 15 minutos, foram pelo menos três grandes chances de abrir o placar - esbarrando em defesas do goleiro Rakaan Almenhali e também na falta de pontaria. Já os Emirados Árabes assustaram quando, em péssimo recuo de bola durante momento ofensivo, Gabriel Menino acabou armando contra-ataque perigoso para os adversários - mas Santos saiu do gol para cortar e evitar o pior.

No entanto, sem convencer desde o início da partida, o Brasil foi surpreendido aos 20 minutos ao sofrer o primeiro gol da partida. Alkaabi fez boa jogada pela esquerda, avançou livre e cruzou forte para a área. Acompanhando os atacantes, o zagueiro Nino acabou desviando contra o próprio gol e marcando contra. Mesmo contra um adversário muito inferior, a equipe de André Jardine não conseguia se impor e mostrar solidez em campo.

Após sair na frente, os EAU recuaram suas linhas e praticamente abdicaram de atacar - mesmo em um amistoso. O Brasil, por sua vez, não conseguiu reagir de imediato. Apesar de estar cada vez mais tempo com a bola, as oportunidades se tornaram mais escassas devido à redução de espaços. Rondando a área adversária, a equipe olímpica mostrava problemas na criação e também nas infiltrações, deixando o jogo bastante morno.

A Seleção só ameaçou novamente aos 40 minutos. Sozinho no meio da área, diante de uma zaga completamente desarrumada, Antony recebeu belo lançamento de Bruno Guimarães e sai cara a cara com o goleiro, mas acaba chutando para fora. Logo em seguida, aos 43, o próprio Antony cobrou escanteio no meio da área e o zagueiro Diego Carlos subiu mais que todo mundo para cabecear para o gol e empatar o placar.

Ainda deu tempo de desperdiçar mais uma oportunidade. Aos 44, Matheus Cunha recebeu na entrada da área e finalizou cruzado, tirando tinta da trave. Nos últimos minutos, o Brasil conseguiu imprimir um ritmo mais rápido no toque de bola e envolvendo completamente o fraco adversário - algo que não havia acontecido até então, mas era esperado antes do apito inicial.

Segundo tempo

A equipe brasileira continuou bastante ofensiva na volta para a etapa complementar. Com boas trocas de passes e lançamentos em profundidade, os meninos chegavam na cara do gol com facilidade mas abusavam de perder gol pela má pontaria - e até alguma displicência. Enfeitando demais ou finalizando em cima do goleiro, o Brasil perdeu, pelo menos, quatro boas chances nos primeiros dez minutos.

Aos 16, Jardine resolveu renovar as energias. Abner, Matheus Henrique e Reinier entraram nas vagas de Guilherme Arana, Bruno Guimarães e Paulinho. Restando apenas meia hora de bola rolando, o treinador ficou incomodado com uma leve queda de ritmo da Amarelinha. Até mesmo o goleiro Rakaan Almenhali, mesmo em um confronto amistoso, recebeu o cartão amarelo por fazer cera para segurar o empate.

Aos 22, quando o gol brasileiro ainda parecia uma questão de tempo, a zaga brasileira falhou mais uma vez. Em rara subida dos Emirados Árabes pela direita, Eid Alnuaimi avançou completamente livre pelo flanco e, antes mesmo de chegar à linha de fundo, colocou na cabeça de Abdalla Alnaqbi. O camisa 9 subiu com facilidade entre os zagueiros e cabeceou no cantinho, tirando de Santos e colocando sua seleção à frente novamente.

O Brasil conseguiu o empate aos 33 minutos. Gabriel Martinelli é lançado pela direita, invade a área e cruza no segundo pau. A zaga corta parcialmente e a bola cai nos pés de Reinier, praticamente dentro da pequena área, e ele não perdoa. Perna esquerda na bola e nova igualdade no placar, restando ainda cerca de 15 minutos para buscar a virada.

Mas nem precisaram disso tudo. Logo aos 36, uma pequena demonstração da capacidade da Seleção Olímpica. Martinelli lançou Antony de antes do meio-campo; ele ganhou do zagueiro na velocidade, girou na linha de fundo e rolou para trás. Daniel Alves, o homem da experiência, deu lindo passe de primeira por cima da defesa, encontrando Matheus Cunha - que escorou para o meio da área para o próprio Martinelli, que iniciou toda a trama, mandar para a rede.

A partir daí, virou passeio. Aos 39, após bate-rebate na entrada da área, Matheus Cunha foi esperto e disparou com a bola para dentro da área, ficando cara a cara com o goleiro. Desta vez ele não perdoou, marcou o seu como um bom camisa 9 e finalmente trouxe alívio em uma partida que deveria ter sido bem mais tranquila desde o início.

O quinto e último gol veio aos 45. Em tentativa de sair jogando desde a defesa, os EAU se atrapalharam e acabaram perdendo a bola dentro da própria área. Matheus Henrique roubou, avançou e apenas rolou para Matheus Cunha marcar o seu segundo gol no duelo, transformando um pesadelo em goleada.

O jogo, como um todo, não foi o que o público esperava ver antes dos Jogos Olímpicos. Pela enorme qualidade individual das peças convocadas, a torcida deseja espetáculo - mas, como visto em um simples amistoso contra um adversário de nível bastante inferior, é bom frearmos as expectativas. Até porque, se o resultado vier, o show torna-se dispensável. O que vale, mesmo, é trazer a segunda medalha de ouro para casa. Mas ainda há muito o que melhorar.

O Brasil estreia nos Jogos Olímpicos já na próxima quinta-feira (22), contra a Alemanha, pela fase de grupos.

Brasil: Santos, Daniel Alves, Nino (Bruno Fuchs), Diego Carlos (Ricardo Graça), Guilherme Arana (Abner Vinicius); Bruno Guimarães (Matheus Henrique), Gabriel Menino, Claudinho (Gabriel Martinelli); Paulinho (Reinier), Antony, Matheus Cunha.

EAU: Rakaan Almenhali, Eid Alnuaimi, Faris Al Marzooqi, Khaled Albalushi, Yousif Almheiri; Khalfan Alhammadi, Abdallah Sultan, Ahmed Alhammadi; Abdalla Alnaqbi, Marwan Alwatani, Saeed Alkaabi.

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