Esportes
Catar acusado de negligenciar milhares de mortes em obras da Copa 2022
Um possível escândalo nas obras da Copa do Mundo de 2022 foi divulgado nesta terça-feira (23), pelo jornal britânico 'The Guardian'. Mais de 6.500 mortes de imigrantes teriam sido negligenciadas desde o anúncio do país como sede, em 2010.
A reportagem indica que o governo catari vem tentando esconder os dados oficiais de falecimento de trabalhadores oriundos de países como Índia, Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka - já que dados oficiais destas nações revelam as mortes no país entre 2011 e 2020.
Desde a escolha do Catar para o Mundial de 2022, o país vem passando por intensas obras, projetando e construindo uma nova cidade praticamente do zero para abrigar a disputa da competição - incluindo a final.
Segundo a publicação, as mortes são categorizadas pelo governo; cerca de 80% dos óbitos são relatados como 'causas naturais'. Outras categorias vêm logo em seguida, com 'acidentes de trânsito', em 12%, 'acidentes de trabalho', com 7%, e suicídio, também 7%.
Segundo testemunhas locais, por diversas vezes, as mortes de jovens saudáveis foram relatadas como causas naturais. Nick McGeehan, advogado especializado em direitos trabalhistas, afirmou que a relação entre a forte imigração e as mortes pode apontar o acobertamento das autoridades.
"Uma proporção significativa de trabalhadores imigrantes que morreram desde 2011 só estavam no país porque o Catar ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo em 2022", destacou.
Ao ser questionado, o Comitê Organizacional da FIFA limitou-se a lamentar as mortes e afirmar que investiga os acidentes e faz o máximo possível para manter a transparência.
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