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Chelsea bicampeão da Champions League: o futuro que brilhou no presente

Imagem ilustrativa da imagem Chelsea bicampeão da Champions League: o futuro que brilhou no presente
|  Foto: Foto: Reprodução/Twitter
Havertz marcou o gol do título do Chelsea. Foto: Reprodução/Twitter

O Chelsea venceu o Manchester City em uma noite mágica no Estádio do Dragão, em Porto, Portugal, neste sábado (29), e sagrou-se bicampeão da Liga dos Campeões da Europa. Com um gol da jóia Havertz e a presença de torcedores nas arquibancadas, Thomas Tuchel levou a melhor sobre Pep Guardiola no duelo entre dois dos mais badalados treinadores do mundo do futebol.

Fora da linha de frente dos maiores clubes do mundo há algumas temporadas, o Chelsea resolveu rechear seu elenco com jovens promessas apostando em ter um time forte no futuro. No entanto, o potencial era tão grande que acabou dando resultado bem antes do esperado; misturando meninos como Havertz, Mount, Chilwell, James, Werner, Zouma e Pulisic com a experiência de peças como Thiago Silva, Kanté, Azpilicueta e Mendy, o técnico Tuchel conseguiu atingir a química necessária para vencer o maior torneio entre clubes do planeta.

O jogo

Tão bom quanto voltar a ouvir o som do público nas arquibancadas, o jogo final da Liga dos Campeões trouxe o melhor de Guardiola e Tuchel: intensidade, velocidade, qualidade técnica e um verdadeiro duelo de xadrez na parte tática. Cada peça teve sua importância, cada jogador cumpriu uma função dentro da engenhosa engrenagem que é a partida entre duas das melhores equipes do planeta.

Já nos primeiros minutos, as duas equipes recusaram a fase de estudos que acontece em qualquer decisão e partiram para cima. E foram do Chelsea as duas primeiras boas chances de gol: aos 14, quando Ederson defendeu bom chute de Timo Werner, e aos 16, em cabeçada de Kanté por cima da meta. Apesar da posse de bola bem dividida, os Blues conseguiam as chegadas mais perigosas.

O City contragolpeava com avanços em velocidade pelos lados do campo, mas não conseguia concluir em gol; ora com finalizações abafadas pela zaga, ora com cruzamentos passando por toda a extensão da área sem ninguém para empurrar para a rede. O fato é que a superioridade esperada para o lado do Manchester não se concretizou, com o Chelsea sendo levemente melhor na primeira etapa.

Cerca de 15 mil torcedores estiveram presentes na final. Foto: Reprodução

Os primeiros 45 minutos também foram marcados pela intensa briga pela posse de bola no meio-campo, ocasionando várias faltas um pouco mais fortes - porém sempre leais -, mesmo com o árbitro deixando o jogo correr. O primeiro cartão só saiu aos 34, para Gündogan, volante da equipe de Pep Guardiola.

O confronto continuava lá e cá. Com muita velocidade no pós-perda, as duas equipes eram eficientes nos desarmes e partiam em contragolpe. Aos 40 minutos, a triste notícia para os torcedores brasileiros: Thiago Silva sentiu uma lesão na virilha e acabou substituído. O experiente zagueiro deixou o campo emocionado e deu lugar a Christensen.

Em um dos vários contra-ataques fulminantes da grande decisão, aos 42, Mount lançou em profundidade para Havertz, que driblou o goleiro Ederson e só rolou para o gol vazio. Festa azul nas arquibancadas e vantagem merecida no placar logo antes do intervalo.

Segundo tempo

A busca pelo seu primeiro título na Champions League exigiria um segundo tempo perfeito dos Sky Blues, diminuindo os espaços dados ao Chelsea e ainda caprichando mais no campo de ataque. Guardiola optou por voltar com a mesma escalação, confiando em seu plano inicial de jogo.

O Chelsea, por sua vez, recuou um pouco as linhas, atraindo o City para o seu campo, e aguardou a oportunidade perfeita para dar o bote e matar o jogo no espaço aberto no campo adversário. A tática era arriscada mas, se bem aplicada, reduzindo espaços e marcando sob pressão, poderia funcionar.

Aos 15 da segunda etapa, o Manchester também sofreu uma dura perda por lesão. O meia Kevin De Bruyne, um dos principais jogadores da equipe, precisou ser substituído após duro choque com o zagueiro Rüdiger. Com uma lesão no rosto, ele deixou o gramado chorando muito por não poder mais ajudar os companheiros na luta pelo título inédito. O atacante brasileiro Gabriel Jesus.

Aos 23, quase o gol de empate. Foden fez linda jogada individual e lançou para Mahrez na linha de fundo. Ele cruzou forte e rasteiro, mas Azpilicueta cortou no último segundo antes de Gündogan completar para o gol. A pressão era forte, mas o Chelsea se defendia bem diante das investidas do time de Guardiola.

A tática do contragolpe quase funcionou aos 27. Pulisic, que acabara de entrar, recebeu bom passe de Havertz e saiu na cara do gol. Pressionado pela marcação que o perseguia, ele deslocou o goleiro e a bola saiu tirando tinta da trave direita de Ederson. Era a chance de definir o título.

A 15 minutos do fim, já com todo o estádio tomado pela tensão característica de momentos decisivos, a torcida do City bradava pela entrada de Sergio Agüero, o maior artilheiro da historia do clube. Prontamente, Pep atendeu e colocou o matador em campo - no lugar do apagado Sterling, a surpresa da escalação.

Na base do abafa, já no puro suco do desespero, com o goleiro posicionado quase na linha de meio-campo, o City amassava o Chelsea dentro da própria área. Aos 45, o cruzamento de Zinchenko passou por todo mundo e chegou nos pés de Foden. Ele dominou, cortou para dentro e, na hora da finalização, foi travado de forma heróica por Christensen.

Com sete minutos de acréscimo, a torcida do Chelsea, esbanjando confiança, já gritava "é campeão". O jogo se transformou em um bate-rebate eterno na intermediária ofensiva do City, que assistia a mais uma partida gigante do volante Kanté, que realizou diversos cortes importantes.

No último lance, após mais uma intensa disputa pela posse, todo o estádio viu, com riqueza de detalhes, o chute de Mahrez passar lentamente sobre a trave de Mendy, que só observou.

No fim das contas, não deu para o vitorioso Guardiola. O momento é de Tuchel, que fez do Chelsea uma das equipes mais competitivas do mundo. A união dos jovens talentos com os experientes pilares deu certo. Muito certo. E a prova disso é a Orelhuda a caminho de Londres.

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