Futebol
Clubes aproveitam reunião na CBF para debater sobre a criação da liga independente
Encontro foi considerado produtivo por representantes presentes
O futebol brasileiro deu mais um passo importante para a criação de uma liga própria e independente da Confederação Brasileira de Futebol. Nesta segunda-feira (7), aproveitando a Assembleia Geral realizada na sede da CBF para definir as regras da próxima eleição da entidade, os representantes dos clubes aproveitaram para debater o futuro.
Em debate com a própria confederação, os clubes aceitaram a manutenção do peso dos votos de cada categoria nas eleições - peso 3 para as federações estaduais, peso 2 para clubes da Série A e peso 1 para clubes da Série B - em troca de algumas mudanças que podem beneficiar a organização de uma liga forte a curto prazo.
O principal trunfo foi ganhar o apoio da própria CBF na criação do projeto - que ainda é embrionário. O presidente interino, Ednaldo Rodrigues, se colocou favorável à nova liga - enquanto Gustavo Feijó, que corre por fora na disputa presidencial, é declaradamente contra a separação entre clubes e entidade.
"A liga está prevista nos estatutos de FIFA, Conmebol e CBF. Desde que atenda o ordenamento desportivo, respeitando calendários de CBF, Conmebol e FIFA, a CBF não vai se colocar contrária. Vai ser parceira, até", afirmou Ednaldo.
Outro fator positivo do encontro foi a apresentação dos dois blocos principais de clubes. O "Forte Futebol", que reúne América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude; e a aliança entre os paulistas Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Red Bull Bragantino, além do carioca Flamengo.
"Sempre houve diálogo, nunca teve isso de 'fulano não fala com fulano'. Os clubes maiores entendem que precisam, sim, dividir melhor os recursos, como acontece nas grandes ligas do mundo. Não precisamos inventar a roda, a roda já existe. É seguir o que acontece na Inglaterra", disse o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, em entrevista ao ge.
A divisão das 'fatias' e o lado financeiro são os maiores entraves para uma nova liga. No entanto, os clubes maiores parecem ter entendido que precisarão diminuir a distância de arrecadação para criar um produto competitivo e, consequentemente, atraente para o mercado e patrocinadores.
"O bolo precisa crescer, e quando crescer, precisa ser mais bem dividido. O produto fica ruim quando as disparidades são muito grandes. É claro que não tem como ser totalmente igualitária a divisão, que alguns vão ganhar um pouco mais, outros poucos menos, mas é possível diminuir as distâncias. E o diálogo hoje teve um grande avanço", declarou Duilio Monteiro, presidente do Corinthians, também ao ge.
A intenção dos clubes das Séries A e B é que uma resolução sobre a nova liga saia ainda em 2022 - não para sair do papel, mas um projeto para início da captação de recursos e investidores interessados em apoiar este movimento historico. Outro fator importante a ser debatido é como viabilizar um torneio mais justo dentro do calendário espremido existente.
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