Esportes
Com muita polêmica, Vasco empata com Boavista e avança na Copa do Brasil
O jogo de volta entre Vasco e Boavista, em São Januário, nesta quarta-feira (9), pela terceira fase da Copa do Brasil, terminou empatado em 1 a 1. Mas o maior destaque da partida, além da classificação do Cruzmaltino às oitavas de final do mata-mata nacional, foi a grande polêmica causada por um gol anulado com suposta interferência externa em um confronto que não contou com a presença do VAR.
Quando o Boavista vencia por 1 a 0 e levava a disputa para os pênaltis, o Vasco empatou em lance duvidoso - já que Cano bateu com a mão na bola ao tentar dominá-la. O juiz confirmou o gol mas, depois de muita reclamação por parte dos visitantes, o juiz acabou anulando o gol. A comissão técnica do Vasco se revoltou, acusando o árbitro de receber influência externa do quarto árbitro.
O jogo
Mesmo com a vantagem conquistada com a vitória por 1 a 0 no jogo de ida, o Vasco não quis dar chances ao adversário e já começou em cima. Logo aos 4 minutos do primeiro tempo, Gabriel Pec quase fez uma pintura ao tentar encobrir o goleiro Ary - que se esticou todo para evitar o golaço com a ponta dos dedos da mão direita.
Em seguida, aos 7, Léo Jabá fez boa enfiada de bola para Gabriel Pec. Ele avançou até a linha de fundo e cortou para dentro, desmontando a defesa. Ao levantar a cabeça, encontrou Germán Cano sozinho dentro da área e cruzou. O argentino se atirou na bola, de peixinho, mas Ary caiu no canto para evitar o primeiro gol do jogo.
O Boavista respondeu aos 8. Marion recebeu de Michel Douglas, na entrada da área, e bateu rasteiro para boa defesa de Vanderlei. O jogo, mesmo no início, era bastante aberto e com espaço para as duas equipes jogarem. Apesar de o Vasco ter mais posse de bola no primeiro momento, o Boavista não abdicava de jogar, assustando nos contra-ataques.
Apesar do controle cruzmaltino, foi o Boavista quem saiu na frente do placar. Aos 12 minutos, Michel Douglas, bem posicionado na área, se antecipou à zaga para receber cruzamento de Jean, por baixo, e pegou de primeira, fuzilando a meta de Vanderlei, que não teve chances no lance. Um golaço para incendiar de vez o confronto em São Januário.
O Vasco sentiu o golpe com o gol da equipe de Saquarema e se desestabilizou em campo, sem conseguir manter o bom padrão ofensivo dos primeiros dez minutos. A primeira chance clara de buscar o empate veio só aos 24; após cruzamento de Zeca na linha de fundo, a bola veio rasteira e foi cortada pelo goleiro Ary, ficando à feição para Gabriel Pec empurrar para a rede. No entanto, ele acabou chutando em cima do zagueiro Victor Pereira e desperdiçou ótima oportunidade.
Diante do desespero do Vasco para empatar a partida, que até então se encaminhava para a decisão por pênaltis, o Boavista conseguiu controlar o jogo, evitando recuar suas linhas e atrair os cruzmaltinos para o seu campo de defesa. Sem criatividade por dentro, o time da casa tentava abrir o jogo pelos lados, mas abusava dos cruzamentos e passes errados.
Esporadicamente, os visitantes também pressionavam a saída de bola com linhas bem altas, visando forçar erros da defesa do Vasco - bastante recorrentes nas últimas partidas. No entanto, isso também acabava gerando espaços para a bola longa do Cruzmaltino, já que suas peças defensivas estavam bem avançadas. O time de Marcelo Cabo, no entanto, não conseguiu explorar com eficiência os buracos na defesa adversária até o fim do primeiro tempo.
Segundo tempo
O Vasco voltou para o segundo tempo com o meia Marquinhos Gabriel na vaga de Sarrafiore. Já o Boavista voltou do intervalo com um desfalque importante: o goleiro Ary, destaque da primeira etapa, sentiu uma lesão na coxa e deu lugar a Klever, seu reserva imediato - e também titular em algumas partidas do Campeonato Carioca.
Apesar de a desvantagem no placar ser do Cruzmaltino, foi do Boavista a primeira chance clara nos últimos 45 minutos. Logo aos 4, Jefferson Renan fez boa jogada e deixou Wisney na cara do gol. Ele chutou forte na saída do goleiro Vanderlei, que abafou e jogou para escanteio, salvando o Vasco de um prejuízo ainda maior.
Matías Galarza e Michel não conseguiam iniciar as jogadas através da intermediária, já que o Boavista povoava o meio-campo e fechava bem os espaços. Marquinhos Gabriel e Gabriel Pec até recuavam para buscar a bola, mas não conseguiam acionar os atacantes em condições claras de finalizar.
O empate veio através do chuveirinho. Léo Jabá avançou pelo lado esquerdo, cruzou por baixo e encontrou Germán Cano. O artilheiro não conseguiu dominar e a bola caiu nos pés de Gabriel Pec, que só teve o trabalho de deslocar o goleiro e sair para o abraço. Os jogadores do Boavista reclamaram demais e cercaram o árbitro e o bandeirinha. A bronca era referente a um toque de mão do centroavante argentino ao tentar o domínio da bola.
A situação também causou tumulto entre as duas equipes, com trocas de empurrões e xingamentos antes mesmo do reinício do jogo. Depois de muito tempo de paralisação e brigas, o juiz resolveu anular o gol - lembrando que, nesta fase da Copa do Brasil, não há utilização de VAR. A anulação causou revolta na comissão técnica do Vasco, que acusou o árbitro de receber interferência externa - o que seria ilegal.
Foram quase dez minutos de interrupção até que o árbitro oficializasse a decisão de anular o gol do Vasco por toque de mão e reiniciasse a partida com falta a favor do Boavista. Enquanto a bola rolava, dirigentes do Vasco saíram do vestiário e se direcionaram à comissão de arbitragem. Imagens recuperadas pela televisão mostravam o técnico dos visitantes, Leandrão, tentando mostrar o lance ao quarto árbitro através de um celular.
Mas nem precisaram agir. Logo em seguida, aos 26, Germán Cano recebeu cruzamento de Léo Jabá no segundo pau e acertou o chute de primeira. A bola passou entre Klever e a trave, beijando a rede e causando muita festa entre os jogadores vascaínos - que, na comemoração, provocaram o bandeirinha devido à anulação do gol anulado.
Precisando do resultado, o Boavista só conseguiu responder aos 38. Bull colocou na área, a zaga afastou parcialmente e a bola caiu nos pés de Marquinhos, livre, dentro da área. Ele ajeitou o corpo e bateu, tentando evitar o bloqueio dos zagueiros, mas acabou mandando por cima, com muito perigo ao gol de Vanderlei.
Aos 42, Léo Matos arrancou pela direita em contra-ataque e cruzou rasteiro para Germán Cano. O centroavante se jogou no chão e tentou desviar no carrinho, mas, atrapalhado por Gustavo Geladeira, acabou finalizando pela linha de fundo. Com a necessidade de marcar mais um, o Boavista deixava cada vez mais espaços em seu sistema defensivo.
Devido à confusão, o árbitro sinalizou dez minutos de acréscimo. Com os visitantes exaustos pela intensidade do jogo e os mandantes satisfeitos em segurarem o empate pela classificação, houve pouquíssimo futebol nos últimos minutos - até que o juiz apitasse, aos 55 da segunda etapa, o final do jogo.
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