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Com um a menos por 70 minutos, Brasil só empata com a Costa do Marfim

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|  Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Jogo contra os marfinenses foi bastante amarrado. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Prejudicado pela expulsão duvidosa do volante Douglas Luiz, ainda aos 13 minutos do primeiro tempo, o Brasil ficou no 0 a 0 com a Costa do Marfim na manhã deste domingo (25), em partida válida pela segunda rodada da fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mesmo em desvantagem numérica, a Seleção dominou a partida e praticamente assegurou sua classificação à fase de mata-mata.

O futebol não costuma perdoar desatenções. E foi desta forma que a partida começou dificílima para o Brasil - que, após atropelar na estreia contra a Alemanha, entrou com o freio de mão puxado contra os marfinenses. O primeiro aviso veio aos 3 minutos, quando Gradel invadiu a área pela esquerda e chutou forte, acertando a rede pelo lado de fora e assustando o goleiro Santos.

A situação ficou ainda pior quando Douglas Luiz foi expulso aos 13 minutos. Após falta perto da entrada da área, o árbitro de vídeo indicou que ele era o último homem de marcação e derrubou o adversário em situação clara e manifesta de gol. As imagens, no entanto, mostram que até mesmo a marcação da falta foi questionável - já que Douglas tenta a todo custo evitar o contato e o adversário força a queda.

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Correta ou não, a expulsão amarrou de vez o jogo para o Brasil - que jogaria mais de 75 minutos com um a menos. Contra uma seleção extremamente forte fisicamente, a equipe de André Jardine precisaria ter sabedoria para dosar energias e encontrar os espaços para jogar mesmo em desvantagem numérica. O técnico, inclusive, optou por não mexer na equipe para recompor a perda de Douglas.

O Brasil suportou bem até o intervalo, mas teve sua atuação bastante prejudicada sem o seu camisa 8 - que é muito importante tanto na iniciação das jogadas a partir do meio-campo quanto no preenchimento de espaços para evitar tramas ofensivas - como o avanço do camisa 10, Diallo Traoré, que conduziu a bola até a entrada da área para chutar forte, obrigando Santos a fazer boa defesa aos 42.

Segundo tempo

A Seleção voltou um pouco mais ligada para a etapa complementar. Com Claudinho fazendo uma função dupla - jogando como armador centralizado e também recuando para cumprir o papel que seria de Douglas - o Brasil rondou a área adversária nos primeiros minutos. Aos 5, Richarlison invadiu a área pela linha de fundo direita e avançou na direção do gol, mas preferiu cavar um pênalti inexistente a finalizar para o gol.

Mesmo com um a mais em campo, a Costa do Marfim seguia adotando um estilo de jogo precavido, sem subir suas linhas e tentar explorar os espaços gerados pela superioridade numérica. Pelo contrário - cedia a bola para o Brasil e se fechava com uma linha de cinco defensores para atrair a Amarelinha e tentar sair em velocidade no contra-ataque. Um excesso de respeito que acabou amenizando a expulsão precoce.

O Brasil teve ótima chance aos 11 minutos. O centroavante Matheus Cunha fez uma movimentação inteligente, enganando a zaga e infiltrando por trás dos marcadores. Claudinho percebeu e fez linda enfiada de bola pelo meio, fazendo o camisa 9 sair na cara do goleiro Tape - mas Kouassi se recuperou a tempo de cortar para escanteio, quase mandando para dentro da própria baliza.

Aos 16, mais uma grande oportunidade de gol. Bruno Guimarães avançou pela direita e cruzou para a área, encontrando Cunha completamente livre entre os zagueiros. Ele saltou bem, mas cabeceou em cima do goleiro. A Seleção dominava a partida, mas faltava o ímpeto e o capricho dos primeiros 45 minutos da estreia nos Jogos Olímpicos.

Faltando encaixar o último passe e finalizar melhor as jogadas, Jardine trocou Antony, Matheus Cunha e Richarlison por Malcom, Martinelli e Paulinho. Aos 34 minutos, Eboue Kouassi recebeu o segundo cartão amarelo, após falta na intermediária, e acabou expulso - encerrando um período de 70 minutos de inferioridade numérica em campo para o Brasil.

Se já dominava a partida completamente mesmo com um a menos, o Brasil tentou explorar o pouco tempo de igualdade para buscar definir o confronto. Os marfinenses sequer finalizaram a gol durante toda a segunda etapa, mas também foram eficientes em neutralizar as principais armas brazucas. Por fim, o resultado foi justo e ficou de bom tamanho em termos de classificação.

Na última partida da fase de grupos, a Seleção enfrenta a Arábia Saudita na próxima quarta-feira (28), às 5h. No mesmo horário, Alemanha e Costa do Marfim devem duelar pela classificação em um confronto emocionante - contando que os europeus vençam a árabes ainda neste domingo.

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