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    Entenda motivo do estado de saúde de Schumacher não ser divulgado

    Advogado da família, Felix Damn, fez revelações em entrevista

    Publicado 01/11/2023 às 8:13 | Autor: Enfoco
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    Schumacher sofreu um grave acidente enquanto esquiava na estação de Meribel nos Alpes franceses, em 2013
    Schumacher sofreu um grave acidente enquanto esquiava na estação de Meribel nos Alpes franceses, em 2013 |  Foto: Reprodução

    O estado de saúde do ex-piloto alemão Michael Schumacher não é divulgado há anos, por questão de proteger a intimidade do heptacampeão mundial de Fórmula 1. É o que diz o advogado da família, Felix Damn.

    Schumacher sofreu um grave acidente enquanto esquiava na estação de Meribel nos Alpes franceses, em 29 de dezembro de 2013. Desde então, notícias sobre o ídolo são escassas.

    À época, foi informado que Schumacher ficou em coma e, por conta do traumatismo craniano e das lesões cerebrais, ainda estaria voltando a se comunicar. No entanto, a real condição dele é um mistério.

    "Sempre foi uma questão de proteger coisas privadas. Discutimos muito sobre como isso é possível. Então também consideramos se um relatório final sobre a saúde de Michael poderia ser o caminho certo para fazer isso. Mas isso não teria sido tudo e teria de haver 'boletins instáveis' constantemente atualizados", explicou o advogado.

    O assistente jurídico que cuida de assuntos envolvendo a imprensa, concedeu uma entrevista para o portal alemão LTO (Legal Tribune Online) e expôs os motivos que fizeram os familiares do ex-piloto ocultarem do público e da mídia informações sobre o estado de saúde do heptacampeão.

    "Sempre foi uma questão de proteger coisas privadas. Discutimos muito sobre como isso é possível. Então também consideramos se um relatório final sobre a saúde de Michael poderia ser o caminho certo para fazer isso. Mas isso não teria sido tudo e teria de haver 'boletins instáveis' constantemente atualizados", explicou Damm.

    Ele continuou dizendo:

    "Eles [da mídia] poderiam retomar esse relatório repetidas vezes e perguntar: 'E como é agora?', um, dois, três meses ou anos após o relatório. E se quiséssemos então tomar medidas contra esta denúncia, teríamos de lidar com o argumento da autoexposição voluntária", complementou.

    O advogado menciona a questão da "autoexposição voluntária", porque este foi um tema recorrente nas batalhas jurídicas que a família Schumacher travou para impedir a divulgação de determinados conteúdos sobre o estado de saúde do alemão.

    Ele se refere ao fato de que a própria família, acompanhada de médicos, deu publicidade a informações sobre o ex-piloto da Ferrari logo após o acidente.

    "Em princípio, ninguém pode reivindicar a privacidade de fatos que eles próprios tenham divulgado voluntariamente ao público. Neste contexto, a jurisprudência fala da autoabertura da esfera privada. É por isso que tivemos de lidar repetidamente com o argumento da 'autoexposição' em processos judiciais. No final das contas, ficou provado que estávamos certos. Decidiu-se que as declarações na conferência de imprensa eram tão genéricas que não deveriam ser feitas especulações sobre o estado de saúde. Além disso, era questionável se as informações seriam fornecidas voluntariamente quando solicitadas por centenas de jornalistas que cercaram o hospital durante dias", afirmou Damm.

    O advogado também afirma compreender que os fãs de Schumacher queiram ter notícias sobre o alemão.

    "Naturalmente. Mas também acredito que a grande maioria dos torcedores consegue lidar bem com isso e também respeitar o fato de o acidente ter desencadeado um processo em que o abrigo privado é necessário e agora continuará a ser respeitado", pontuou.

    Damm também apontou para aqueles que têm repassado para a imprensa informações sobre o estado de saúde de Schumacher, como Jean Todt e Georg Gänswein, que comentaram a situação nos últimos anos. Para o advogado, mesmo amigos e pessoas próximas podem ser processadas caso tornem públicas questões privadas.

    "Se não é a pessoa em causa que está agindo, mas sim amigos ou conhecidos que divulgam informações privadas, este não é um caso de 'autoexposição voluntária' da esfera privada. A pessoa afetada pode, portanto, defender-se contra a divulgação de circunstâncias da vida privada, mesmo que a informação provenha de conhecidos", concluiu Damm.

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