Esportes
Eurocopa: Espanha perde caminhão de gols, mas elimina a Suíça nos pênaltis
O confronto entre os dois estilos marcantes de Espanha e Suíça marcou a abertura das quartas de final da Eurocopa. Nesta sexta-feira (2), na Arena São Petersburgo, na Rússia, o toque de bola espanhol suou para derrotar o jogo reativo suíço. A vaga só veio nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.
Os espanhóis dominaram o primeiro tempo do início ao fim. Com o estilo clássico de toque de bola já conhecido da Fúria, com triangulações rápidas e os jogadores ficando o mínimo de tempo possível com a posse, os suíços eram facilmente envolvidos e não conseguiam roubá-la. O resultado veio nos números: 66% de tempo de bola para a Espanha contra apenas 34% da Suíça.
A equipe comandada pelo técnico Luis Enrique logo transformou o domínio do jogo em gol. Aos 7 minutos, Ferrán Torres cobrou escanteio aberto, a zaga afastou parcialmente e o lateral-esquerdo Jordi Alba, na entrada da área, emendou a finalização de primeira. O chute ainda desviou em Zakaria, enganando o goleiro Sommer e entrando no canto direito da baliza. O árbitro assinalou gol contra.
A Espanha quase ampliou aos 24, com Azpilicueta, e Morata, aos 35. Já a Suíça teve sua única chance aos 33, quando Akanji subiu mais que a defesa espanhola e, dentro da pequena área, cabeceou por cima do gol. Ainda assim, a superioridade espanhola durante toda a primeira etapa foi grande, com 348 passes trocados contra apenas 126 dos adversários.
Segundo tempo
Precisando do resultado para não ser eliminada, a Suíça precisou naturalmente sair mais para o jogo na etapa complementar - contrariando um pouco o seu estilo tradicionalmente defensivo e reativo. Buscando incomodar a Espanha, o time de Vladimir Petkovic subiu um poucos as linhas e chegou perto de marcar com Shaquiri, que quase marcou gol olímpico ao 6; Zakaria, em cabeçada rente à trave de Simón aos 10; e Zuber, que tabelou com Vargas e chutou para ótima defesa de Simón, cara a cara, aos 18.
A pressão deu resultado. Aos 22, Freuler foi lançado em direção à área e a dupla de zaga se atrapalhou no corte. A bola sobrou para o volante suíço, que apenas rolou para Shaqiri empurrar para a rede. O empate deixou o jogo mais aberto, já que empolgou a Suíça e acordou a adormecida Espanha. A briga pela posse ficou mais intensa no meio-campo e o ritmo do confrontou acelerou.
Aos 31, Freuler deixou os suíços com um a menos ao dar carrinho violento em Moreno. O árbitro inglês Michael Oliver não hesitou e aplicou o cartão vermelho instantaneamente - e a decisão foi corroborada pelo árbitro de vídeo. Até este momento, a Suíça já tinha ultrapassado a Espanha em finalizações, chegando a 9 chutes contra apenas 6 dos adversários.
Nos 15 minutos com superioridade numérica, a Fúria até chegou a ensaiar uma pressão. Moreno, aos 33 e aos 38, esbarrou nas defesas de Sommer. Mas o sprint final não teve volume suficiente para reaver a dianteira do placar antes da prorrogação. Faltava criatividade e até mesmo volume de jogo para a Espanha - e, desta forma, o duelo se encaminhou ao tempo extra.
Prorrogação
A Espanha montou uma verdadeira blitz durante o primeiro tempo, criando diversas chances claras de gol e esmagando a Suíça dentro de sua própria área. No minuto inicial, Moreno perdeu a melhor chance do jogo ao receber cruzamento rasteiro de Alba e, no primeiro pau, chutar para fora. Na sequência, Alba, Llorente e Olmo, aos 5, 6 e 7, respectivamente, esbarraram e grandes defesas de Sommer.
Na ânsia para marcar, o atacante Moreno seguiu perdendo chances cara a cara e até atrapalhou Laporte, tirando a bola dos pés do zagueiro em bom momento dentro da área. Aos 10 e aos 12, mais duas defesas incríveis de Sommer, em finalizações de Moreno e Oyarzabal. O goleiro suíço foi o grande nome do jogo, evitando uma verdadeira goleada - só com as defesas dos primeiros 15 minutos de prorrogação.
Na segunda etapa, as chances foram um pouco mais escassas, até pelo cansaço, mas o jogo continuou sob total domínio espanhol. A Suíça, heroica, lutando com um a menos, tentava buscar um contra-ataque milagroso para vencer antes dos pênaltis - enquanto Sommer continuava fazendo milagres debaixo das traves. Com apenas o goleiro Simón atrás da linha de meio-campo, a Espanha montou uma ronda em volta da grande área e tocava a bola de um lado para o outro, buscando espaços para finalizar.
Após 28 finalizações da Espanha contra apenas 8 da Suíça, a prorrogação também terminou empatada. O primeiro classificado às semifinais seria decidido nas cobranças de pênaltis.
Pênaltis
Nas penalidades, a Espanha já começou perdendo, com o volante Busquets, e marcou na sequência com Dani Olmo. Já a Suíça marcou com Gravanovic, mas Schär perdeu na segunda cobrança. Na terceira cobrança de cada, as duas equipes desperdiçaram; Sommer e Simón defenderam as cobranças de Rodri e Akanji. O equilíbrio acabou na quarta rodada, quando Moreno estufou as redes e Vargas isolou a bola.
Coube ao atacante Oyarzabal a cobrança final. Na quinta bola na marca da cal, ele cobrou no canto, Sommer voou para o outro e a Espanha partiu rumo às semifinais. Golpe duro para a Suíça, que resistiu bravamente durante todo o jogo, sendo toda a prorrogação com um jogador a menos.
Agora a Fúria espera o confronto entre Bélgica e Itália, ainda nesta sexta, para conhecer o seu adversário. A semifinal está agendada para a próxima terça-feira (6), às 16h, no Wembley, em Londres.
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