A tensão em torno da realização dos Jogos Olímpicos de 2020, adiados para este ano, ganhou mais um capítulo preocupante nesta terça-feira (19). O executivo-chefe das Olimpíadas de 2012, Keith Mills, deu declaração pessimista sobre a realização do evento, em entrevista à BBC.
"Pessoalmente, observando a situação e o estado da pandemia ao redor do mundo, é improvável que os Jogos ocorram em 2021, na minha opinião", afirmou.
Mills comentou sobre o tamanho da responsabilidade dos organizadores diante de um momento de crise mundial devido à pandemia.
"Eu acho que a organização vai deixar para decidir tudo no último minuto, já que ainda pode ocorrer da situação mudar de maneira dramática, caso a vacinação ocorra de maneira mais rápida do que estamos esperando. Mas será uma decisão difícil", afirmou.
A cidade de Tóquio está em estado de emergência e vive um novo aumento de casos dentro da chamada "segunda onda" da Covid-19 no país. Como o panorama geral do mundo tem acompanhado a tendência da situação japonesa, o planejamento se torna bastante complexo.
Dessa forma, um novo adiamento é tido como "aconselhável" pelas autoridades. Por outro lado, o cancelamento do megaevento também é uma possibilidade real, já que a mudança de 2020 para 2021 fez o custo do evento aumentar 22%, chegando a 11,5 bilhões de libras (quase R$ 84 bilhões), devido às renegociações de contratos e ampliação das medidas de segurança.
"Se eu estivesse no lugar do Comitê Organizador de Tóquio-2020, eu estaria fazendo os planos de cancelamento agora. E tenho certeza que eles já traçaram o plano de cancelamento. Em cerca de um mês, eles terão que tomar a decisão de ir em frente ou não", finalizou Keith.
A maioria da população japonesa também está de acordo. Segundo pesquisa feita pela Kyodo News, cerca de 80% dos japoneses querem um novo adiamento ou o cancelamento dos Jogos de Tóquio. Em contrapartida, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, segue defendendo a realização das Olimpíadas.
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