Esportes
Fora do Cruzeiro, Fábio queria ficar até o fim do ano; torcida se revolta
Cruzeiro e Fábio comunicaram o fim da longa e vitoriosa parceria na noite da última quarta-feira (5). As partes vinham negociando uma renovação contratual, mas não chegaram a um acordo. Pela saída repentina do ídolo, torcedores cruzeirenses mostraram extrema insatisfação com a diretoria.
O clube havia informado sobre uma reunião na noite da última terça-feira (4) para tratar da negociação do novo contrato e do pagamento de dívidas ao atleta. No mesmo dia, foi veiculado pela mídia esportiva que as partes não se acertaram e que outras reuniões estariam por vir.
Na noite seguinte, clube e jogador anunciaram o fim do vínculo entre as partes e a saída definitiva de Fábio. O goleiro chegou a publicar um desabafo em suas redes sociais, no qual dizia querer permanecer até o fim de 2022 e que devolver o Cruzeiro à Série A era o seu maior objetivo.
Ele disse também que aceitaria uma redução de salário, se adequando à realidade do time mineiro e que pediu à nova diretoria para que o novo contrato fosse até o fim do ano. No entanto, ele explica que o clube ofereceu um contrato até o fim do Campeonato Mineiro, informação que foi confirmada pelo time mineiro. Confira o posicionamento oficial do jogador.
O clube também deu motivos para ter oferecido um contrato somente até o fim do campeonato estadual. A instituição alega que a proposta respeitava a responsabilidade econômica da entidade e que foi oferecido um contrato que extrapolava o razoável para um clube publicamente deficitário.
Confira o posicionamento completo do clube:
O Cruzeiro esclarece à sua torcida pontos importantes sobre a não renovação do goleiro Fábio. É fundamental lembrarmos que o Cruzeiro tem um desafio imenso de reorganização que precisa ser planejada e executada considerando a sobrevivência da entidade. Nesse sentido, a reestruturação precisa ocorrer em diversos campos: financeiro, organizacional, administrativo e, claro, esportivo. Muitas decisões não são populares mas precisam ser adotadas.
O projeto esportivo que vem sendo implantado considera critérios técnicos e a constituição de um plano de longo prazo para a instituição. As decisões no Departamento de Futebol visam a construção de uma equipe competitiva, sustentável e que esteja a altura da grandeza do clube. Foi exatamente um projeto nessas condições que foi apresentado ao goleiro de 41 anos, que o negou.
A proposta respeitava também a imprescindível responsabilidade econômica da entidade. Necessário ressaltar que, ainda assim, sendo Fábio o ídolo que é, um importante sacrifício econômico foi feito. Foi oferecido ao jogador um contrato que certamente extrapolava o razoável para um clube publicamente deficitário. Os termos desta proposta não foram aceitos pelo atleta e seu agente.
O Cruzeiro, desde o início e com enorme respeito, deixou claro que a proposta respeitava sua relevância e admirável história de 18 anos no clube. Fundamental esclarecer que o desejo do Cruzeiro era de ampliação de vínculo, embora não pelo mesmo prazo desejado pelo atleta. A proposta era de que Fábio pudesse, em campo, ao longo do Campeonato Mineiro, se despedir da torcida como ele e a própria torcida merecem. Inclusive, o Cruzeiro segue aberto para que inúmeras homenagens extracampo aconteçam.
Não é mais possível aceitar um perfil de administração que fez tantos clubes chegarem a um cenário de inviabilidade. O Cruzeiro tem clareza de que não há outra forma de manter a história de um dos maiores clubes de futebol do mundo que não seja com uma gestão responsável, com colaboradores e atletas que estejam plenamente alinhados a esse pensamento.
A tragetória do ídolo
Fábio chegou ao Cruzeiro em 2000. Na época não conseguiu se firmar e voltou ao clube em 2005, assumindo a titularidade. Pelo clube celeste conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil (2000, 2017 e 2018), o bicampeonato do Brasileirão (2013 e 2014) e mais sete Campeonatos Mineiros.
Além disso, o jogador conquistou o prêmio de melhor goleiro do Campeonato Brasileiro em duas oportunidades (2010 e 2013), além de ser o atleta com mais partidas na história do time primeiro (976). Junto destes títulos e reconhecimentos, Fábio e torcida cruzeirense um nutriram carinho mútuo, que faz com que essa despedida seja ainda mais dolorosa para ambas as partes.
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