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'Pai dos clássicos' termina sem gols apesar de ótimo jogo pela Eurocopa

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|  Foto: Foto: Reprodução
Reece James quase marcou o gol da vitória da Inglaterra. Foto: Reprodução

Inglaterra e Escócia proporcionaram nesta sexta-feira (18) um dos encontros mais marcantes da fase de grupos da Eurocopa até aqui. Mesmo terminando com um placar de 0 a 0, o bom futebol de ambas as equipes e o duelo marcante nas arquibancadas do tradicional Wembley, em Londres.

O confronto é chamado por muitos de 'pai de todos os clássicos', já que o primeiro duelo entre os inventores do futebol profissional ocorreu há quase 150 anos. Inglaterra e Escócia já se enfrentaram em 116 ocasiões, sendo 50 vitórias inglesas, 41 triunfos escoceses e 25 empates.

Jogando em casa, a jovem e renovada Seleção Inglesa quis mostrar serviço desde o início. Com muita movimentação e variações táticas interessantes, as peças confundiam a defesa escocesa e criou duas chances de muito perigo praticamente seguidas. Aos 10, o zagueiro Stones subiu mais que todo mundo no escanteio e cabeceou na trave. Já aos 12, Sterling roubou a bola no campo de ataque e cruzou para Mount, que chutou rente à trave.

As chegadas da Escócia se limitavam às bolas paradas, ponto forte da equipe treinada por Steve Clarke. Com a proposta de tentar se fechar no primeiro terço do campo e abrir espaços para os contra-ataques parecia arriscada, já que atrairia o forte time inglês para muito perto da própria área. O confronto era intenso também nas arquibancadas; vale lembrar que Escócia e Inglaterra são rivais historicos e o duelo é chamado de 'pai de todos os clássicos'.

Aos 30 minutos, a melhor chance dos escoceses no jogo. Tierney cruzou alto da esquerda, a bola sobrevoou toda a extensão da área e encontrou O'Donnell no segundo pau. Ele ajeitou o corpo e emendou um lindo chute cruzado de primeira, obrigando Pickford a se jogar para fazer grande defesa e evitar o golaço. No rebote, Adams cabeceou para fora.

A Inglaterra ficava muito mais com a bola, com cerca de 65% de posse contra apenas 35% dos escoceses, mas não conseguia mais encontrar espaços como no início da partida. Harry Kane passou a sair da área para buscar o jogo, enquanto Phil Foden e Mason Mount buscavam, sem sucesso, as jogadas individuais. O bloqueio montado pela Escócia funcionava, até então.

Com o ritmo da partida diminuindo e os ingleses sem mostrar a mesma criatividade dos minutos iniciais, foi possível identificar algumas vaias da própria torcida da Inglaterra nas arquibancadas. Por outro lado, os escoceses vibravam com cada corte feito e aplaudia as tímidas tentativas no campo de ataque. Neste clima, sem acréscimos, o árbitro encerrou a primeira etapa.

Segundo tempo

A Inglaterra voltou para a segunda etapa tentando acelerar o jogo. Nos três primeiros minutos, três lances de perigo - sendo o principal um chute do meia Mason Mount da entrada da área, parando em boa defesa de Marshall, jogando para escanteio. A torcida percebeu a diferença de postura e logo começou a incentivar, com muito barulho nas arquibancadas do Wembley. Os escoceses respoderam com vaias.

Apesar do estilo reativo, a Escócia não abdicou de jogar em nenhum momento. Com personalidade, tentava rodar a bola e sair com velocidade, mesmo tendo bem menos posse de bola que o adversário. Tentando desafogar a defesa, segurava a bola na intermediária, rodando o jogo e diminuindo o ritmo quando necessário. Quando roubava a bola no campo de defesa, acelerava com os pontas para tentar encaixar um contragolpe, jogando por uma bola.

A Inglaterra voltou a investir na troca de posições. Com Kane saindo da área, Foden entrando e Reece James aparecendo na meia-lua, os ingleses quase chegaram ao gol. Cercando a área e invertendo a bola com velocidade, visando desajustar a linha defensiva da Escócia, a bola parou nos pés do lateral - que chutou forte, da entrada da área, mas acabou subindo demais e saindo.

No contragolpe, aproveitando a presença maciça de ingleses em seu campo de defesa, a Escócia partiu em velocidade e invadiu a área com Dykes, que acabou bloqueado no momento da finalização. No rebote, Adams lutou pela posse e, pressionado, também não conseguiu chutar ao gol. A disputa na corrida era interessante - pós-perda da Inglaterra contra a reatividade da Escócia.

Aos 15 minutos, a intensidade da partida já era totalmente diferente da primeira etapa. Cada equipe na sua proposta, atuando de jeitos opostos, mostrava mais eficiência e organização. Na arquibancada, a disputa também se intensificou. Ninguém queria perder - e ninguém queria gritar mais baixo. O clima no Wembley era impressionante, disparado o duelo mais intenso de toda a Eurocopa, fazendo valer a rivalidade historica.

Em bola parada, aos 16, a zaga da Inglaterra cortou parcialmente, mas a bola seguiu dentro da área, quicando, na frente de Dykes. O centroavante girou o corpo e bateu forte, de primeira, no alto. A bola tomava a direção do ângulo, na reta da trave, mas James tirou de cabeça quase em cima da linha. O goleiro Pickford já estava vendido no lance.

Aos 32, Robertson cruzou da esquerda, a zaga afastou para o segundo pau e a bola caiu nos pés de Adams. Ele chutou de bate-pronto, com muita força, mas acabou mandando por cima do gol. Com as duas equipes já desgastadas pela intensidade do jogo, era natural o surgimento de mais espaços em ambas as defesas. Com menos organização tática e mais coração, os dois times partiram para cima.

A intensidade prevaleceu até o fim, mas ninguém conseguiu abrir o placar. Valeu pelo bom futebol praticado e, principalmente, pela volta da festa nos estádios. A 'guerra' de cantos ecoou pelo Wembley, um dos mais tradicionais estádios do mundo, e nos fez matar a saudade de arquibancadas cheias pulsando amor pelo futebol.

Grupo D

Com o empate, a Inglaterra chegou a quatro pontos, mesma pontuação da líder República Tcheca - que segue na ponta pelo saldo de gols. A Escócia conseguiu seu primeiro ponto na competição, se igualando à Croácia. Ambos vivem situação muito delicada para a última rodada e precisam vencer a qualquer custo e ainda torcer para que os líderes não empatem.

Como o primeiro critério de desempate é o confronto direto entre as equipes, cada um dos lanterninhas tem seu preferido para torcer: Croácia só poderá ser segunda no grupo se a República Tcheca perder. O mesmo vale para a Escócia: precisa que a Inglaterra perca para tentar superá-la no saldo. Vale lembrar que os confrontos são simultâneos: terça-feira (22), às 16h, Croácia e Escócia se enfrentam no Hampden Park, em Glasgow, e Inglaterra e República Tcheca duelam no Wembley, em Londres.

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