Preocupações

4ª onda de Covid: especialistas explicam aumento de internações

Número de casos elevou nas últimas semanas

Especialista garante efetividade do imunizante
Especialista garante efetividade do imunizante |  Foto: Karina Cruz
 

O número de casos e internações por conta da Covid-19 aumentou nas últimas semanas em todo o país, causando a preocupação de diversas pessoas. O ENFOCO conversou com especialistas para entender esse aumento e o que pode ser feito.

A Covid-19 responde por 59,6% do número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Mas o que é isso? Confira a explicação do infectologista da UFRJ, André Ricardo.

''Uma pessoa com SRAG é por definição uma pessoa que tenha febre, calafrio, dor de cabeça, de garganta, distúrbio olfativo ou gustativo, falta de ar, dificuldade para respirar, dor no peito, no tórax, oxigenação no sangue abaixo de 95% ou quando a pessoa tem com a coloração azulada no lábio ou no rosto. Esses são sintomas da SRAG'', explicou.

Posto de saúde Heitor Beltrão, na Tijuca
Posto de saúde Heitor Beltrão, na Tijuca |  Foto: Marcelo Eugênio
 

Ele também ressaltou que doenças respiratórias são comuns nessa época do ano.

Viroses respiratórios no Brasil são sazonais. Os casos começam a aparecer no início de abril até meados de julho André Ricardo, infectologista
  

A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, lembrou que o número de pessoas com SRAG é muito inferior ao número real de casos.

Esses dados são apenas a ponta do iceberg, são uma minoria. Isso significa que nós estamos novamente com um aumento de casos, que é muito maior que o número de casos graves Isabella Ballalai, vice presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações
 

A vacina está fazendo efeito? 

De acordo com Isabella o imunizante funciona e é primordial para frear o aumento do número atual de casos. 

A vacina está funcionando. Se não funcionasse os números seriam muito piores Isabella Ballalai, vice presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações
  

''O aumento se dá pela maior circulação de pessoas diante de uma nova variante. Uma variante da Ômicron, ainda mais transmissível que ela'', finalizou.

Já a presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Vergara, lembrou que as vacinas atuais não impedem a infecção pelo SARS-COV-2, mas conforme reafirma, vêm se mostrando eficazes para reduzir de forma dramática as hospitalizações e óbitos.

"É o que se vê no mundo todo. A resposta imunológica às vacinas dependem da idade de quem recebe e das comorbidades ou status imunológico da pessoa. Algumas pessoas formam menos anticorpos e estes caem mais rapidamente. Por outro lado há fatores ligados ao vírus que está circulando no momento. Conforme os vírus sofrem alterações na estrutura genética (mutações), para a qual as vacinas foram desenvolvidas, estas podem perder parte de sua efetividade. É isso que está acontecendo com a variante ômicron", ensina.

Quem não pode se vacinar têm outras saídas de acordo com Isabella Ballalai:

''Vale lembrar que crianças com menos de dois anos, cardiopatas ou pessoas com pneumopatia crônica devem procurar anticorpos. Eles não podem tomar vacina, mas sim receber os anticorpos'', disse.

Tânia Vergara revelou os principais fatores atrelados aos novos casos de Covid-19.

"A periodicidade dos ciclos epidêmicos, que para Covid parece ser entre 3 e 5 meses, o percentual de pessoas plenamente vacinadas, ou seja, que tomaram todas as doses do esquema básico e as de reforço indicadas, o relaxamento de medidas como uso de máscaras, inclusive em locais fechados, a falta de atenção com a higiene das mãos e a volta a eventos sociais e aos ambientes escolares e de trabalho propiciando o encontro entre as pessoas e a disseminação viral", esclarece.

Hospital Getulinho, em Niterói
Hospital Getulinho, em Niterói |  Foto: Marcelo Eugênio
 

Números

De acordo com as secretarias estaduais e municipais de saúde, 24.082 novos casos de Covid-19 foram registrados. Além disso, 63 pessoas faleceram em decorrência da doença no mesmo período de tempo.

O Boletim Infogripe Fiocruz informou nesta quarta-feira (1º) que a Covid-19 responde por 59,6% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na semana entre os dias 22 e 28 de maio em todo o país.

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