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A estreia de sucesso da Rede DO'r na Bolsa de Valores

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|  Foto: Paulo Marrucho
Grupo é dono da maior rede independente de hospitais privados do Brasil. Foto: Divulgação

Fundada em 1977 no Rio de Janeiro, a Rede D’Or teve sua estreia hoje (10) na Bolsa de Valores de São Paulo. A oferta pública inicial de ações (IPO) foi precificada na última terça feira (8), movimentando R$11,39 bilhões. A ação da empresa teve sua precificação em R$57,92, no centro da faixa indicativa de preço de oferta, que era de R$48,91 a R$64,35. A casa de análise Eleven indicou o preço alvo em R$81, bem acima do preço da reserva.

Essa oferta primária tem como objetivo a construção de novos hospitais, aquisição de novos ativos e expansão das unidades existentes por meio de projetos greenfield e brownfiel.

O preço de abertura da ação no mercado foi de R$65,01, uma alta de 12,24%, os investidores que efetuaram a reserva e saíram da posição na abertura — uma operação chamada no mercado financeiro de Flip — auferiram esse lucro apenas por reservarem as ações, sem precisar disponibilizar nenhum recurso.

O IPO nem sempre é uma operação lucrativa, é necessário analisar bem a empresa e seus balanços antes de se posicionar. Este ano tivemos 24 IPOs realizadas, com apenas 10 acumulando altas enquanto 14 acumulam queda até o fechamento do último pregão. Por conta desse risco, é importante que o investidor tenha ciência que a oferta inicial não garante rentabilidade e a gestão de risco é essencial para o sucesso no mercado.

Rede D’Or

O grupo é dono da maior rede independente de hospitais privados do Brasil, com 51 hospitais próprios, um administrado e 32 projetos em desenvolvimento divididos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Sergipe, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal. A rede é referência em qualidade técnica e diagnóstico e tratamento do câncer, com mais de 51 mil colaboradores e 87 mil médicos credenciados.

O grupo foi fundado pelo cardiologista Jorge Moll Filho e dirigido pelo filho Jorge Moll, um neurocientista membro da Academia Brasileira de Ciências. A família Moll tem uma participação de 57,4% das ações ordinárias e deve continuar no controle. O percentual de circulação no mercado hoje é de 38%, onde o fundo soberano GIC é detentor de 25,9% das ações.

As receitas liquidas chegaram a R$13,3 bilhões em 2019 e já ultrapassaram a marca de R$9,8 bilhões em 2020. Em 10 anos, entre 2009 e 2019, a empresa viu seu Ebitda (lucro antes de juro, imposto, depreciação e amortização) chegar a R$3,68 bilhões, subindo 42% no período.
O IPO da Rede D’Or é o terceiro maior já registrado no Brasil, ficando atrás apenas do Santander Brasil (SANB11), o maior da história, que movimentou R$13,2 bilhões em 2009, seguido pela BB Seguridade (BBSE3) em 2013, que chegou a R$11,47 bilhões.

A companhia chega na bolsa de valores com um valor de mercado de R$100 bilhões, que é o maior entre as empresas do seu segmento. Empresas no setor de saúde, Hapvida (HAPV3), como Notre Dame Intermédica (GNDI3) e Qualicorp (QUAL3) avaliadas em R$ 50 bilhões, R$ 43 bilhões e R$ 9,7 bilhões respectivamente.

Gabriel Magalhães é formado em Administração pelo IBMEC, especializações em Negócios no Brasil e no Exterior, e masters em Engenharia Econômica Financeira pela UFF. Ele fala sobre as tendências do mercado financeiro e os altos e baixos da economia.

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