Setembro amarelo

Alta de suicídio entre adolescentes coloca escolas em alerta

Educadores vêm realizando projetos voltados para a saúde mental

Especialistas apontam que este aumento pode ser ainda mais grave dentro de um cenário pandêmico, no qual vivemos devido a Covid-19
Especialistas apontam que este aumento pode ser ainda mais grave dentro de um cenário pandêmico, no qual vivemos devido a Covid-19 |  Foto: Arquivo / Pedro Conforte
 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), suicídios entre jovens de 15 a 29 anos registraram a segunda maior causa de morte. Os números coincidem com casos de jovens acometidos por transtornos psicológicos no mundo. O fato causa preocupação às entidades escolares e na forma em como os assuntos são abordados dentro de unidades de ensino.

Uma pesquisa publicada pela revista médica JAMA Pediatrics aponta que os casos de ansiedade tiveram um aumento de 29% e os de depressão de 17% entre adolescentes de todo o mundo, nos períodos de 2016 a 2020. 

Especialistas apontam que este aumento pode ser ainda mais grave dentro de um cenário pandêmico, no qual vivemos devido a Covid-19.

Especialistas apontam que este aumento pode ser ainda mais grave dentro de um cenário pandêmico
  

Uma enquete realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), na qual participaram 7,7 mil adolescentes de 13 a 19 anos de todo o Brasil, mostrou que metade deste público sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental. Dentre estes, 50% não tinham conhecimento de serviços que prestam ajuda no seguimento.

Os números de casos de suicídio também geram um alarme.  Segundo o Boletim Epidemiológico n°33 do Ministério da Saúde, jovens de 11 a 20 anos representam um aumento de 49,6% no número de mortes do gênero no país. Pesquisadores apontam como possível fator o bullying dentro das unidades de ensino. 

A secretaria de Educação Básica do MEC acredita que o assunto dentro de espaços educacionais pode ajudar na prevenção, como palestras, oficinas e outras atividades. Nesse sentido, e diante da gravidade das estatísticas, diversas escolas vêm realizando projetos voltados para a saúde mental, que vão além do clichê "diga não ao bullying". 

Ações escolares

No Pio XII, escola particular de Niterói, esse assunto é tratado diariamente nas aulas de 'Projeto de Vida', para o ensino médio. A metodologia é comandada pela professora e psicóloga Lília Cavalcante.

Especialistas apontam que este aumento pode ser ainda mais grave dentro de um cenário pandêmico
  

A prevenção está em cuidar das questões emocionais, pois, ao longo do tempo, elas podem causar instabilidades nas emoções e no corpo físico. Precisamos preservar a qualidade das nossas emoções e cuidar da saúde física e mental como um todo

Além da Lília, outros professores aproveitaram para abordar o tema com a chegada do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.

Ramon Infante, professor de história, propôs à 3° série do Ensino Médio uma dinâmica sobre como afetamos e somos afetados por outras pessoas, por meio de palavras e ações.

"Nessa atividade, os alunos falaram coisas boas sobre seus colegas e viram como a rede se fortaleceu", disse Infante.

Outro exemplo de escola que atua na promoção da saúde mental de seus alunos é o Estação do Aprender, que trabalha com os segmentos da educação infantil e ensino fundamental 1, também no município.

O projeto Oficina do Pensamento é movimentado pela psicóloga Mariana Rocha Na educação infantil, o trabalho tem como foco o reconhecimento das emoções e o ensino da escuta ao outro, utilizando recursos lúdicos, expressões artísticas e corporais e contação de histórias.

Já no Ensino Fundamental, temáticas mais complexas são introduzidas, como respeito, diferenças, bullying, autoestima e outros.

"O projeto mostra para eles o quanto o que sentem é importante e que comunicar essas emoções sentidas é o melhor caminho para relações saudáveis", afirma Mariana.

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