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Audiência pública sobre armamento da guarda municipal
Na manhã desta quinta-feira (26) foi realizada uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Niterói para debater sobre o armamento da guarda municipal. O assunto é polêmico e divide opiniões, como se pode observar na enquete que o Plantão Enfoco fez no início dessa semana. Clique aqui e assista a matéria contendo entrevista exclusiva com o Secretário de Ordem Pública de Niterói, coronel Gilson Chagas.
A audiência pública foi iniciativa do deputado estadual Bruno Dauaire (PR) e do vereador Carlos Jordy (PSC), ambos a favor do armamento da guarda municipal. Além deles, estavam presentes os deputados estaduais Flávio Bolsonaro (PSC) e Flávio Serafini (PSOL) e o secretário de Ordem Pública Gilson Chagas, que compuseram a mesa debatedora. Desses, o único contrário ao armamento é o deputado Serafini.
A Câmara Municipal estava lotada de guardas municipais e policiais, mas também contou com a presença de vereadores niteroienses como Talíria Petrone (PSOL), a vereadora mais votada da cidade, e de cidadãos que foram tirar as dúvidas sobre a proposta.
O deputado Bruno Dauaire (nascido em Niterói) disse ter certeza que a população niteroiense vai se sentir mais segura com a guarda armada e afirmou que: “marginal nenhum vai olhar para o guarda e falar: deixa para lá, é só mais um guardinha”.
O secretário Gilson Chagas esclareceu as principais dúvidas dos cidadãos sobre como funcionará o porte de arma dos guardas municipais. Ele começou dizendo que os boatos de que as armas já estariam compradas não são verdadeiros e explicou que o que acontece é que o procedimento para a autorização da compra das armas já foi encaminhado, pois o processo de aquisição das armas é demorado.
Ele também esclareceu que, caso a população vote favorável ao armamento, não será no dia seguinte que os guardas estarão armados nas ruas. Haverá um rigoroso curso de treinamento, realizado em parceria com a Polícia Federal, e os guardas que forem usar a arma de fogo (uma pistola 380), passarão por exames psicológicos, também sob o crivo da PF. Além disso, todos terão seus antecedentes checados. O secretário deixou claro que o guarda que não quiser trabalhar armado terá sua vontade respeitada.
Para Flávio Bolsonaro (que foi muito aplaudido pelos guardas e policiais) usar arma de fogo deveria ser um direito de todo cidadão brasileiro para agir em legítima defesa. “Quanto mais pessoas preparadas e habilitadas para usar arma de fogo, melhor”, afirmou o filho do deputado federal Jair Bolsonaro.
O deputado Flávio Serafini, o único palestrante totalmente contrário ao armamento da guarda, foi vaiado várias vezes enquanto falava. “Mais armas circulando na cidade só vai contribuir para o aumento do número de mortes e, se vocês acham que o armamento vai melhorar a vida do guarda municipal, pode ter certeza que não vai”, declarou.
Fora o aumento da violência, Serafini acredita que o gasto anual da prefeitura também aumentará. “O orçamento do executivo já não está cobrindo nem o que é para cobrir, imagine então se tiver que pagar por armas e munições”, comenta o deputado.
Quando o microfone foi aberto ao público, os ânimos se elevaram. Muitos cidadãos favoráveis se exaltaram, provocando a agitação da plateia.
A decisão final caberá aos niteroienses no próximo domingo (29), quando irão às urnas votar “sim” ou “não” ao armamento da guarda municipal de Niterói.
Para saber quais são os pontos de votação acesse o site: www.decideniteroi.com.br
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