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    Paralisia infantil

    Brasil corre risco muito alto de reintrodução da poliomielite

    Alerta foi feito pela Opas nesta quarta-feira

    Publicado 21/09/2022 às 19:02 | Autor: Rômulo Cunha
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    Doença está erradicada no país desde 1989
    Doença está erradicada no país desde 1989 |  Foto: Reprodução

    A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) anunciou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (21), que o Brasil, entre outros países das Américas do Sul e Latina, possui um alto risco da reintrodução da poliomielite devido à queda da cobertura vacinal.

    Carissa Etienne, diretora da Opas, informou que o Brasil, assim como a República Dominicana, Haiti e Peru, estão com apenas 79% da população vacinada, o menor número desde 1994. Etienne citou que, em julho, um homem foi diagnosticado com a paralisia em decorrência do poliovírus em Nova York, nos Estados Unidos, o que gerou um surto na região.

    Leia+: Alerta máximo para baixa adesão da vacinação contra poliomielite

    "A diminuição das taxas de vacinação agravadas pela pandemia da Covid-19 deixou muitas de nossas populações desprotegidas. A prevenção é a única opção e só é possível com vacinas", explicou.

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    A Poliomielite incapacitou gerações antes do desenvolvimento das vacinas, condenando crianças a dores e incapacidades para o resto da vida.
    Carissa Etienne Diretora da Opas
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     No Brasil, a doença foi erradicada em 1989, segundo a organização. Atualmente, o Ministério da Saúde está com uma campanha de vacinação contra a poliomielite em andamento devido ao baixo índice vacinal no país.

    Até o começo de setembro, 35% das crianças menores de 5 anos foram imunizadas contra a poliomielite e cerca de 4 milhões de doses foram aplicadas desde o início da mobilização, em agosto.

    O último caso no Brasil foi erradicado em 1989, segundo a organização.

    Segundo o órgão, o objetivo é alcançar cobertura vacinal igual ou maior que 95% para a vacina contra poliomielite neste público, além de reduzir o número de não vacinados de crianças e adolescentes menores de 15 anos.

    Para a campanha contra a poliomielite, o grupo-alvo soma mais de 14,3 milhões de crianças menores de 5 anos de idade, sendo que menores de 1 ano deverão ser imunizadas conforme a situação vacinal para o esquema primário.

    As crianças de 1 a 4 anos deverão tomar uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.

    Corrente antivacina

    A orientação é para que pais e responsáveis levem as crianças o quanto antes para atualizar a caderneta de vacinação. De acordo com o infectologista da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) José Pozza Júnior, a baixa adesão pode ser justificada por um crescimento de uma corrente antivacina no país. 

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    É uma preocupação muito grande a queda de cobertura vacinal
    José Pozza Júnior Infectologista
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    Segundo o especialista: "A poliomielite, por exemplo, é uma doença erradicada no Brasil. Uma vacina que foi segura. Agora, nós podemos ver grupos antivacina ressurgindo e um desestímulo a uma vacina que teve o sucesso que se propôs".

    Pozza ainda acrescenta que não vacinar pode contribuir para o aumento de vítimas com paralisia infantil, pois a doença afeta o sistema nervoso, havendo prejuízo na mobilidade no decorrer da vida.

    Doença

    A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino e que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

    As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não tem cura.

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