Perdoar é preciso!

Brigou com amigos e familiares por política? Tem solução!

Discussões marcaram o período eleitoral

Familiares brigados, fazendo as pazes, mãos dadas, amigos, rivais, desculpas
Familiares brigados, fazendo as pazes, mãos dadas, amigos, rivais, desculpas |  Foto: Karina Cruz
 

Discutir por questões políticas virou rotina para muitos brasileiros nos meses que antecederam às eleições. Algumas vezes essas discussões acabaram se tornando conflitos e abalando diversas relações. Muita amizade e até laços familiares foram rompidos. Mas calma, tem solução para isso!

O universitário Bruno Brazil conta que teve problemas com familiares por conta das discordâncias políticas.

''Em grupos de família, por exemplo, já rolou de ter gente saindo do grupo ou se sentindo desrespeitado. Acredito que essas discussões reforçaram a diferença entre as pessoas, até porque algumas delas revelam muito do caráter de cada um e, naturalmente, isso gera um distúrbio na relação''.

Não acredito em aproximação entre as partes no momento. O resultado mostra que o país ainda tá muito dividido e deve permanecer assim por um bom tempo Bruno Brazil, estudante
  
Bruno trabalha na produção de podcasts
Bruno trabalha na produção de podcasts |  Foto: Rede social
 

Outro exemplo é o do designer Lucas Moraes. Ele também teve algumas discussões políticas, principalmente com amigos.

''Infelizmente, nos últimos meses houve muitas discussões sobre política em meus grupos de WhatsApp. Na maior parte era entre amigos mesmo, que divergiam entre Lula e Bolsonaro. Eu particularmente prefiro o Bolsonaro e suas ideias para o país. Eu tentava mostrar isso para os meus amigos que são eleitores do Lula e muitas vezes não dava certo'', explicou.

Assim como Bruno, ele acredita que as eleições reforçaram algumas diferenças entre as pessoas. Mas Lucas crê que pode haver uma melhora nessa situação, dependendo das ações do próximo presidente.

Acho que só melhora se o Lula (candidato eleito) tiver uma postura mais de "centro", tentando agradar um pouco a todos. Se não, acho que o problema vai estourar Lucas Moraes, designer
 
Lucas é formado em publicidade
Lucas é formado em publicidade |  Foto: Rede social
  

Dá para resolver?

Segundo a psicóloga Bruna Muniz, dá. Ela explicou que relações que foram afetadas de maneira branda podem ter uma reconciliação mais fácil.

''Discussões mais brandas podem ser facilmente resolvidas se as partes envolvidas trabalharem na ideia de que uma coisa é mostrar seu ponto de vista e escutar o do outro, e outra coisa é tentar impor sobre o outro o que você acha correto'', acredita.

Familiares brigados, fazendo as pazes, mãos dadas, amigos, rivais, desculpas
Familiares brigados, fazendo as pazes, mãos dadas, amigos, rivais, desculpas |  Foto: Karina Cruz
  
Relações afetadas de maneira mais profunda podem sofrer consequências mais definitivas
 

A profissional defende que discutir diferentes pontos de vista é algo saudável, mas ressalta que não é raro essas discussões passarem dos limites aceitáveis de respeito entre as pessoas.

''Existem vários relatos de agressões verbais, físicas e até assassinatos em razão da discordância política. Mas é importante entender que atitudes como essas não acontecem do nada, elas são um reflexo da nossa sociedade e nos mostram onde estamos falhando'', defendeu.

''A maior questão aqui é sobre as relações que foram afetadas de forma mais profunda. Sabemos que muitas pessoas aproveitaram para escancarar determinados preconceitos e julgamentos, e aí é onde temos a maior dificuldade. Ninguém é obrigado a se relacionar com alguém cujo pensamento fere sua existência, e se esse for o caso, é um direito da pessoa simplesmente se recusar a ter uma reconciliação'', completou.

Conflitos entre famílias e amigos foram muito presentes em 2022
Conflitos entre famílias e amigos foram muito presentes em 2022 |  Foto: Karina Cruz
  

Para Claudia Henschel de Lima, psicóloga e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), o combate às fake news é essencial para que as relações entre as pessoas melhorem.

''Não dá para termos um debate político, em uma almoço de família porque as fakenews atacam e destroem a reputação de partidos políticos, de políticos, de grupos ideológicos. É uma tarefa crucial de nossa sociedade, combater fakenews, enfrentar a destruição de reputações. Só assim resgataremos nossa civilidade e as relações, que são tão fundamentais para o ser humano'', explicou.

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