Silêncio
Caso palmeirense: defesa do acusado fala em imagens editadas
Torcedor do Flamengo não disse nada em depoimento
O torcedor do Flamengo, Jonathan Messias Santos da Silva, preso após se tornar suspeito de ter matado a palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, prestou depoimento nesta terça-feira (8) no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Adotando uma estratégia de defesa, ele ficou em silêncio durante o depoimento.
O advogado José Victor Moraes Barros, no entanto, desqualificou a perícia feita pela polícia e disse que as imagens mostradas são editadas, por isso não comprovariam a ação do torcedor.
Segundo a defesa, Jonathan negou ter manuseado qualquer garrafa durante toda a confusão.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o acusado foi indiciado por homicídio doloso na modalidade de dolo eventual.
"O laudo que a polícia técnica e a Polícia Civil de São Paulo apresentaram é um laudo que só fala sobre probabilidades, suposta hipótese. Não há nada de concreto. Nós contratamos um grupo de peritos e vamos elaborar nossa perícia. Vamos debater a prova pericial", informou o advogado.
"Se houver a deflagração da denúncia e a intenção do Ministério Público em processar, durante o processo, o cliente vai falar", afirmou Barros.
"O laudo não traz nenhum embasamento, nenhum. Porque, primeiro, foi baseado em vídeos que não são originais, o próprio laudo informa isso. Os vídeos foram editados. Não sabemos a fonte dos vídeos e nem em que momento foi editado. O laudo não tem nenhum apoio técnico", completou.
"A Polícia Civil enfatiza que a perícia foi executada por uma equipe altamente especializada e tudo será entregue ao Ministério Público e Poder Judiciário. É importante destacar que a defesa do indivíduo tem acesso integral a todas as evidências e informações contidas no inquérito", afirmou a SSP.
De acordo com o DHPP, Jonathan é identificado como a pessoa de barba visualizada em um vídeo de uma câmera de segurança, atirando uma garrafa.
Gabriela morreu após ser atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro durante um conflito entre grupos de torcedores nas proximidades do estádio do Palmeiras, localizado na Zona Oeste da cidade de São Paulo, no dia 8 de julho. O crime aconteceu algumas horas antes da partida entre as equipes pelo Campeonato Brasileiro.
Em 25 de julho, Jonathan foi localizado no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro, após a emissão de um mandado de prisão pela Justiça. A Delegacia de Homicídios Central (DHC) do Rio colaborou com essa operação, que também resultou na apreensão do celular do torcedor.
No momento da prisão, o advogado José Victor Moraes Barros, que representa o torcedor do Flamengo, informou que seu cliente alega inocência.
"Por outro lado, estamos ingressando e pedindo acesso à investigação em curso. Com isso a defesa técnica vai requerer a revogação da prisão temporária, estando o investigado com intuito de colaborar com as investigações".
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