Alerta

‘Cheirar pó’: a brincadeira nas escolas que está preocupando os pais

Especialista alerta para os riscos de cheirar corretivo

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Vídeos de estudantes cheirando corretor líquido, usado para corrigir rasuras de escrita, têm preocupado pais e responsáveis de alunos em todo o país. Os registros têm sido veiculados, principalmente, na rede social TikTok.

Funciona da seguinte forma: o aluno utiliza o corretivo líquido para pintar uma parte da carteira escolar e espera secar. Logo após, o aluno cheira o material simulando a absorção de droga ilícita.

Alerta

Corretivo ressecado está sendo usado em brincadeira nas escolas.
Corretivo ressecado está sendo usado em brincadeira nas escolas. |  Foto: Reprodução/Tik Tok
 

O presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Doutor Renato Roithmann, explica que as partículas do pó inalado de corretivo atuam como irritantes da mucosa nasal.

"Em condições normais, onde pequenas quantidades são inaladas, a camada de muco protetor do nariz consegue se defender adequadamente. Mas a inalação do pó do corretivo líquido pode ser muito prejudicial à saúde, podendo causar efeitos locais irritativos no nariz, e dependendo da quantidade pode ser absorvido pelo organismo e acarretar intoxicação sistêmica", explica.

Especialmente no nariz ele cita: crises de espirros intensas, piora da rinite, infecção local, criação de crostas no nariz, sangramento, entre outros processos infecciosos.

E quando em doses muito altas, o pó poderá ser absorvido para a corrente sanguínea e pode provocar efeitos, tanto a nível circulatório, quanto a nível de tecido do sistema nervoso central ,
 

Ainda segundo Roithmann, o corretivo líquido apresenta os seguintes componentes: óxido de titânio que dá a coloração branca, etanol e água que são os solventes, polímero e dispersantes (esses últimos para promover consistência e manter uniforme toda a mistura).   

"Exceto a água, todos podem ser irritantes da mucosa de revestimento do nariz e dos seios da face. Irá depender da quantidade inalada e, também, do grau de reação individual de cada indivíduo (os que têm rinite reagem mais)", finaliza.

Casos

Escolas emitiram alerta sobre ações que estão sendo realizadas.
Escolas emitiram alerta sobre ações que estão sendo realizadas. |  Foto: Marcelo Tavares
 

Um dos casos ocorreu no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no Paraná, no último dia 24 de março. A direção emitiu um comunicado em seu perfil pela rede social Facebook dizendo que tomou providências contra os alunos que aparecem na filmagem.

Um grupo de alunos realiza uma brincadeira de mau gosto simulando, com corretivo seco, um pó. Salientamos que foi um caso isolado e a direção da escola tomou providências imediatas junto aos familiares e autoridades competentes
 

Ainda no Paraná, oito escolas estaduais relataram a mesma situação. A Secretaria Estadual de Educação disse ao Enfoco que os colégios trabalham a conscientização nesses episódios, orientando  estudantes, além pais e responsáveis.

'Os professores podem eventualmente recolher os materiais escolares, caso eles não tenham relação com as atividades realizadas na aula. Em casos mais graves também podem ser encaminhados à rede de proteção', informou a pasta, em nota.

O Colégio Sigma Lages, da cidade de Lages, em Santa Catarina, também foi outro que surgiu em gravação de alunos nas redes sociais. Estudantes reproduziram o vídeo do Tiktok no dia 17 de março.

'Prontamente identificamos a ação, conversamos e orientamos os alunos e chamamos todos os pais dos envolvidos para alertar sobre a vulnerabilidade perante as redes.', disse o comunicado.

Pais de alunos da Escola Estadual Comendador Guilherme Giorgio, na Zona Leste de São Paulo, também foram alertados sobre os conteúdos que viralizaram nas redes. 

Fiquem atentos aos celulares e conteúdos que os filhos têm acesso na internet.
 

A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo informou que desenvolve ações do projeto Escola mais Segura, do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP), como a Trilha Formativa para professores, que tratou sobre drogas e violência.

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