Justiça
Começa julgamento de empresário acusado de matar ator de Chiquititas
Paulo Cupertino também responde por assassinato de pais do jovem

O empresário Paulo Cupertino Matias começa a ser julgado nesta quinta-feira (29), a partir das 10h, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Ele é acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e os pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, em junho de 2019, na Zona Sul da capital. A expectativa é que o julgamento dure dois dias.
Preso desde maio de 2022, Cupertino é pai de Isabela Tibcherani, então namorada de Rafael na época do crime. O ator, conhecido por interpretar o personagem Paçoca na novela Chiquititas, tinha 22 anos quando foi morto na porta da casa da namorada. Seus pais também foram executados no local. João tinha 52 anos e Miriam, 50.
A decisão ficará nas mãos de sete jurados, sob a condução do juiz Antonio Carlos Pontes de Souza. Além de Cupertino, outras duas pessoas — Eduardo José Machado e Wanderley Antunes Ribeiro, amigos do empresário — também são julgadas, acusadas de ajudá-lo na fuga. Cupertino responde por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Durante o julgamento, os três acusados serão interrogados e nove testemunhas prestarão depoimento. Na primeira tentativa de realização do júri, em outubro, a defesa foi destituída por Cupertino, alegando quebra de confiança, o que levou à anulação da sessão.
Mais uma vez, o empresário tentou adiar o julgamento, pedindo novas diligências. O juiz negou, afirmando que a manobra representa “preclusão temporal” e que o próprio réu é responsável pela demora ao trocar de advogados sucessivamente, inclusive às vésperas do júri.
O crime aconteceu na tarde de um domingo, quando Rafael e os pais foram até a casa de Isabela, no bairro Pedreira, para conversar sobre o namoro, que era rejeitado por Cupertino. Sem permitir diálogo, o empresário atirou 13 vezes contra o ator e seus pais, que morreram na frente do portão da residência. Isabela e sua mãe testemunharam toda a cena.
Após o crime, Cupertino fugiu, usou disfarces e documentos falsos, e chegou a deixar o país. Ele ficou foragido até maio de 2022, quando foi localizado e preso em um hotel em Interlagos, na Zona Sul de São Paulo.
Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo disse que Paulo Cupertino Matias agiu com “perversidade e covardia” ao “tirar a vida de um jovem de bem e de seus pais porque não aceitava que sua filha namorasse”.


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